Realizado numa das salas de conferências do Montebelo Viseu Congress Hotel, o Business at Play, decorreu entre esta segunda e terça feiras. Organizado pela Sports Embassy, e co-organizado pelo Município de Viseu e pela Académico de Viseu Futebol Clube, Futebol SAD, o evento abordou a temática das “carreiras duais e do pós-carreira numa perspetiva corporativa, colocando em evidência as competências do Desporto e a sua transferibilidade para os demais contextos profissionais”. Na segunda-feira, o mesmo contou com a presença de um dos Administradores da SAD academista, Fernando Ferreira, numa Ação de sensibilização relacionada com a Carreira Dual no Desporto, acompanhado por Pedro Cary, antigo internacional português de futsal.
Já nesta terça-feira, estiveram também presentes inúmeros representantes do Académico de Viseu, dentro deles o Presidente do clube, Mariano Maroto Lopez, que foi uma das caras da Mesa de Abertura da manhã. Ao lado do Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, da Administradora da Sports Embassy, Inês Caetano, e do Diretor do Grupo Visabeira, José Arimateia, num painel que debateu o desporto corporativo, moderado por Nuno Perestrelo, o Administrador academista valorizou a participação do clube neste evento, agradecendo aos parceiros do mesmo: “Queremos agradecer aos vários parceiros que tornaram este evento possível. Isto não é típico em Portugal, mesmo que lá fora já seja feito. Eu tenho um passado no estrangeiro, em culturas diferentes, e vou tentando transmitir em Portugal, no Académico e onde possa fazê-lo, que estas iniciativas são muito interessantes. Este é um projeto que tem base em algo que já fazemos na Alemanha: juntar empresas da região que têm interesse no desporto, mas também em formar pessoas, profissionalmente. Estas empresas, podem oferecer condições a quem quer trabalhar e fazer desporto ao mesmo tempo, assegurando possibilidades de até chegarem a um patamar de excelência. A ideia foi fácil de desenvolver com os nossos parceiros deste evento, estivemos sempre de acordo quanto a isto. Estamos muito orgulhosos por estar aqui e por começar esta nova etapa”.
Após o Brunch, o evento reuniu os presentes em torno da realidade do clube viseense, num painel denominado de “Académico de Viseu – Uma Visão de Futuro”. Numa apresentação de cerca de 15 minutos, Mariano Maroto Lopez apresentou as grandes linhas que traçaram os motivos que o fizeram chegar ao centro de Portugal: “Tenho a honra de ter duas posições diferentes, e muito desafiantes. Quando começámos este projeto, com o investidor, fizemos uma análise demográfico-económica. Não queríamos estar no Litoral, é uma zona com muitos clubes com os quais tínhamos de competir. Não queríamos ser mais um clube. Viseu é uma Região enorme, com uma vastidão e riqueza que me surpreendeu ainda mais do que estava à espera. Há nesta cidade um potencial, que é fora do comum em Portugal”.
O Presidente de toda a estrutura desportiva viseense, diluiu também os grandes pontos que continuam a lançar as bases do projeto academista: “Temos uma cultura de transparência. Desde o primeiro dia em que cheguei, que assumi que não estou cá para assaltar o clube ou a cidade. Estou cá para trabalhar e desenvolver o clube no momento certo. Tanto na SAD como no Clube, temos uma condição indispensável: confiança e transparência, que nos trouxeram resultados e motivação interna e exteriormente. A nossa Visão, Missão e os nossos Valores estão muito bem definidos no dia-a-dia da estrutura. Os parceiros estrangeiros encaixam na ideia do nosso projeto que passa por construir, organicamente, a estabilidade que necessitamos para crescer. Não gostamos de estar parados, e não falo apenas de futebol. Desejamos inovar todos os dias, em todas as áreas que nos abrangem, só assim faz sentido para nós. Convido-vos a, em conjunto comigo, criarem o futuro do Académico”.
De seguida, também o Diretor Desportivo do emblema Beirão, Pedro Bessa, integrou o painel de oradores que abordou o tema “Recursos Humanos: o que o Desporto pode dar às empresas?”. Ao lado da antiga medalhada olímpica, Susana Feitor, e de Carlos Filipe Fernandes, Coordenador de Psicologia de Futebol Juvenil do Sport Lisboa e Benfica, Pedro Bessa “Tive a felicidade de terminar a carreira e de continuar ligado ao futebol, não acusei a pressão de ex-jogador de alta competição. Com 25/26 anos já era jogador, mas tinha duas empresas noutros ramos. Agora procuramos que os atletas olhem para o futuro, mas na altura era acusado de falta de profissionalismo, por fazer isso mesmo. Quis investir para garantir uma vida confortável para mim e para a minha família, mas com toda a atenção ligada à vida de futebolista, mesmo que me focasse também nas empresas. O meu foco, enquanto Diretor Desportivo, é preocupar-me que o atleta vá para casa descansar, para que no dia seguinte regresse para o treino e tenha uma boa performance. Reconheço que é muito complicado para um atleta de alta competição conseguir, atualmente, olhar realmente para o seu futuro durante a prática da profissão desportiva”.
Quanto às vantagens de estabelecer protocolos com as empresas, Pedro Bessa confessou que o futebol é uma mina de sucesso mediático, dando o exemplo do Académico de Viseu: “Podemos crescer juntos, por via da enorme visibilidade profissional traz. Obviamente que os clubes precisam das empresas parcerias para poderem alavancar o seu quotidiano, mas também elas dependem de uma realidade desportiva se quiserem chegar a outro patamar. O futebol está muito acima de qualquer outro desporto em termos mediáticos, portanto se as duas partes trabalharem bem e cativarem as comunidades, conseguem crescer. Uma das nossas maiores preocupações sempre foi reconectar a Região ao clube, e tem sido feito um trabalho extraordinário”.