Equipa Profissional 2023-09-24

Resiliência beirã coroada na prova rainha

“Nunca se atira a toalha ao chão”. Este será, decerto, um dos princípios mais vezes ensinados, explicados e passados de geração em geração, no mundo do futebol.

A capacidade de não desistir, mesmo quando confrontada com adversidades, é uma das primordiais características que deve suportar uma equipa, que quer atingir os seus objetivos. Se dúvidas ainda houvesse quanto ao Académico de Viseu, o conjunto beirão tratou de as dissipar na deslocação desta tarde, a casa da desafiante Lusitânia de Lourosa. Como falado na crónica de antevisão a esta partida, muitos eram os fatores de risco no compromisso da Taça de Portugal: a qualidade do adversário; as especificidades dos adeptos da casa e do estádio; e, claro está, a própria competição, pródiga em surpresas e em tomba gigantes.

Os sinais de alerta estavam lançados, nunca descorando a noção da qualidade desta nossa equipa, que com mais ou menos dificuldade, sempre nos dá garantias de sucesso (recordamos que se mantém a vaga de invencibilidade, desde o início do campeonato).

Com algumas mexidas no onze inicial (titularidades dadas ao guardião Mbaye, a Jeppe Simonsen e a Arthur Chaves na defesa, aos médios Christophe Nduwarugira e Jovani Welch e ao avançado Rodrigo Pereira), o encontro iniciou-se com um ritmo frenético e, sobretudo, com a prática de um futebol positivo de ambos os lados. Sem medo de atacar, as duas equipas foram criando as suas oportunidades durante a primeira parte, marcada pelo ascendente viseense.

A primeira grande ocasião surgiu no ataque visitante, quando Nduwarugira viu a desmarcação de Yuri nas costas da defensiva contrária, antes do brasileiro cruzar para o centro da pequena área. Com um toque subtil, foi por muito pouco que o jovem Rodrigo Pereira não inaugurou o marcador aos oito minutos. Aos 18, foi a vez de Nuninho, avançado do Lourosa, responder com um potente remate à trave de Mbaye.

André Clóvis, Yuri e Gautier foram os homens-perigo do lado academista, com várias chegadas à baliza dos leões. Inclusivamente, foi antes da primeira meia hora de jogo, que o ponta de lança brasileiro viu anulado, aquele que seria o seu primeiro golo da temporada. E como “quem não marca, sofre”, os lusitanistas chegaram à vantagem mesmo em cima do intervalo. Com uma boa jogada de envolvimento, Nuninho (que já tinha ameaçado por duas vezes) entrou pelo lado direito da grande área, desfeiteando um forte remate que não deu hipóteses de defesa a Momo Mbaye.

Com tempo para ir em busca do resultado, os viriatos colocaram mãos à obra no segundo período, realizando várias alterações certeiras, que ajudariam a trazer o passaporte para a próxima fase da prova rainha. Ora, de cabeça fria, ponderada e bem calibrada, os pupilos de Ivan Baptista (a substituir Vítor Martins no banco de suplentes) realizaram uma segunda parte de luxo.

Operaram-se, desta forma, duas estreias a marcar na nova temporada. Aos 70, Famana Quizera recebeu junto à linha, tirando um cruzamento com o saco cheio dos cálculos necessários para o golo: conta, peso, medida, distância e festejo. A partir daí, o “caso” foi entregue ao detetive André Clóvis, que usou a cabeça para encontrar a solução do empate. Com um grande cabeceamento, o ponta de lança brasileiro fez o seu primeiro golo na presente temporada, abrindo por completo o “frasco de ketchup”. Festejavam, por fim, os mais de 100 adeptos academistas presentes em Lourosa.

No entanto, se há quem saiba dar uma boa festa de bola, são estes nossos viriatos, visto que oito minutos depois, e apesar da “música” ser a mesma, o festejo não deixou ninguém indiferente. Após falta sofrida por Yuri “pulmão incansável” Araújo, Famana Quizera encarregou-se de bater o livre lateral, perto das imediações da grande área da casa. Mais uma vez, o luso-guineense juntou o mesmo saco do primeiro golo e repetiu a dose. O jovem médio levou a bola a sobrevoar o terreno de jogo, diretamente para a cabeça de Steven Petkov. Saído da marcação, o ponta de lança búlgaro cabeceou e festejou com visível felicidade, aquele que foi o primeiro golo (de muitos) ao serviço do emblema beirão.

A partir deste momento, com a cambalhota no marcador consumada, a equipa viseense limitou-se a gerir, procurando ainda assim um tento que fechasse o resultado. Sólidos defensivamente, os academistas terminariam a partida com este mesmo resultado, fruto do seu suor e trabalho árduos, em busca da passagem para a próxima fase.

Foi o primeiro cheirinho de Taça deste ano, numa deslocação onde todos os elementos da comitiva beirã (jogadores, staff e adeptos), foram extremamente bem recebidos pelos lusitanistas. Segue-se o sorteio, que irá ditar a sorte para a fase seguinte, onde já entram os clubes primodivisionários. Que venha ele, porque isto ainda está só a começar.

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Pontos vindos do Oeste

Sol nem sempre é sinónimo de calor, tal como oportunidades no futebol nem sempre são sinónimo de golos. Esta é, talvez, a melhor definição daquele que foi o primeiro tempo da partida desta manhã, que levou o Académico a visitar o Oeste português, mais precisamente a casa do Torreense. Numa manhã de sol, mas de muito frio e vento (não estivéssemos nós em pleno microclima onde o sol se põe), os Viriatos entraram bem na partida, dispondo das principais oportunidades que abriram as hostilidades de um jogo entretido e, sobretudo, interessante. Com o jovem Matheus Sampaio em estreia no plantel viseense, foi no ataque que o Académico mais se esforçou para se destacar na primeira parte. Prova disso mesmo foi o golo madrugador que lançou a equipa na vantagem do marcador. Aos 11 minutos, após algumas aproximações com perigo, Famana Quizera (balanceado no lado direito) tocou para trás, oferecendo a Miguel Bandarra a oportunidade perfeita para cruzar. O lateral respondeu afirmativamente, enviando uma bola rasteira para a entrada do goleador com sotaque canarinho. Bem dentro da grande-área, e com um remate subtil e colocando perfeito, André Clóvis regressou aos golos e bateu o guardião da casa. O Torreense tentou responder, mas, após o golo o Académico foi capaz de manter o sinal mais na partida, apostando forte nas transições ofensivas e numa intensa reação à perda de bola no meio-campo. À passagem do minuto 27, Arthur Chaves subiu ao terceiro andar e esteve muito perto de marcar no encontro. Após canto da esquerda batido por Famana, o defesa brasileiro apareceu de cabeça no coração da área, num lance onde só não marcou porque a trave o impediu, estrondosamente. Pouco depois, aos 36 minutos, foi Gautier a ameaçar a ampliação do resultado para 0-2. Na cobrança de um livre frontal, cobrado mesmo à entrada da área, o extremo francês obrigou o guarda-redes contrário a uma excelente defesa para canto. E como já tanta vez falámos nas nossas crónicas, a velha máxima por todos nós conhecida de que “quem não marca, sofre”, é imperial quando aplicada. Contra a corrente do jogo, a equipa da casa chegaria ao empate a cinco minutos do intervalo, através de uma grande penalidade cobrada por Balanta Júnior.  Mas o descanso não chegaria sem antes Matheus Sampaio se destacar com uma enorme dupla intervenção, que salvou a igualdade em tempo de intervalo. O primeiro sinal de real perigo beirão na etapa complementar, chegou aos 68 minutos. Sempre atento, Clóvis aproveitou uma bola perdida nas costas da defensiva do Torreense, rematando por cima da baliza, mas muito perto de fazer o 1-2. E aos 82 minutos, perante um resto de segunda parte sem muita história, Arthur Chaves assumiu o aviso que tinha deixado no primeiro tempo, como que se de uma missão capital se tratasse. Após cruzamento de Igor Milioransa, na esquerda do ataque, o central carioca apareceu ao segundo poste para restabelecer a vantagem academista.  Estava feito o 1-2 com que terminaria o encontro. O Académico de Viseu consegue, desta forma, regressar às vitórias para o campeonato e ultrapassar União de Leira e Torreense. Os Viriatos ocupam agora a nona posição na tabela classificativa, com 41 pontos.

2024-04-28

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Microclima Beirão

No Oeste deste país, onde o vento sopra com uma intensidade única, estamos prestes a reencontrar um duelo de, no mínimo, proporções históricas entre duas realidades centenárias. O Estádio Manuel Marques, bem no centro de Torres Vedras, será o palco onde o Académico de Viseu enfrentará o SCU Torreense, num confronto carregado de significado e nostalgia. Ambas as equipas chegam a este embate em momentos de dificuldade, com séries de resultados desfavoráveis. Este encontro ganha assim uma importância redobrada, não apenas pelos pontos em discussão, como também pela oportunidade de quebrar o ciclo de resultados negativos. Contudo, o que torna esta partida verdadeiramente especial é o contexto histórico que a envolve. Académico de Viseu e Torreense têm uma longa história de confrontos, que remonta à época de 1949/50, na extinta 2ª divisão. Naquela temporada, os Viriatos prevaleceram sobre o Torreense com duas vitórias memoráveis (0-1 em Torres Vedras e 5-2 no Fontelo), alimentando os sonhos da possível primeira subida da história do clube. Infelizmente, os mesmos não se concretizaram, tornando-se realidade apenas a nove de julho de 1978, em Lordelo. Desde essa época, contabiliza-se um total de 58 jogos entre os dois, com 25 vitórias beirãs e 19 empates. Hoje, as equipas encontram-se em situações similares na tabela classificativa, sendo que a determinação é, igualmente, a mesma: regressar às vitórias. Para o Académico de Viseu, esta é uma oportunidade de ouro para criar o seu próprio "microclima" de triunfos, mesmo longe de casa, num local onde o estado do tempo é quem manda e quem fala mais alto. Uma vitória neste jogo não só igualará os pontos do Torreense, como também garantirá, matematicamente, a tranquilidade na temporada. Recordamos que, na primeira volta do atual campeonato, registou-se um tímido empate a zero, num jogo sem grande história. Esta é uma batalha não apenas pela posição na tabela. Procura-se a afirmação de uma grandeza histórica, que nem todos podem reclamar pela honra de um passado comum. Os adeptos academistas aguardam com expectativa este confronto entre dois dos históricos do futebol português. Assim, que o vento do Oeste traga consigo um novo fôlego para a Beira-Alta que se ergue, novamente, à procura da vitória. Que o Manuel Marques seja palco de um espetáculo favorável aos homens do Manto Negro aos ombros. Em frente, Académico!

2024-04-26

Equipa Profissional

Rostos incansáveis

Sob o calor de uma tarde da Primavera Beirã, onde o futebol é sempre mais do que um jogo, é  um espetáculo carregado de emoção e expectativa, o Académico de Viseu recebeu o CD Mafra, num confronto que prometia muita luta e rivalidade. No entanto, os Viriatos acabaram por sair derrotados por 0-1, num jogo onde a sorte não sorriu para estes lados. Desde o apito inicial, os Viriatos demonstraram vontade, pressionando o adversário e procurando impor o seu jogo. Messeguem, com um disparo à figura deixou logo nos minutos iniciais, bem marcada a intenção academista de abrir o marcador. Ainda assim, foi o CD Mafra que conseguiu capitalizar um lance de bola parada numa jogada fortuita, à passagem dos 15 minutos. Falé, aproveitando um remate de ressaca após um canto que deixou algumas dúvidas, desviou e fez de cabeça o único golo da partida, colocando os visitantes em vantagem. Apesar deste golpe inicial, que contrariava a boa entrada da turma de Viseu em campo, o Académico não baixou os braços e continuou a pressionar, especialmente pelo lado esquerdo do ataque, onde Gautier se destacava na progressão ofensiva. Com as entradas de Quizera e Jovani na segunda parte, os Viriatos intensificaram ainda mais o seu jogo, criando oportunidades claras de golo que, infelizmente, não se concretizaram. André Almeida esbarrou no poste, Gautier obrigou o guarda-redes do Mafra a uma defesa apertada, e Clóvis desperdiçou por pouco e ao lado. Os rostos das tentativas incansáveis do Académico mostraram a sua determinação, mas a bola teimou em não entrar. No final, apesar de uma exibição merecedora de pelo menos um empate, os viseenses saíram derrotados desta batalha, ocupando agora o 11º lugar na tabela, com 38 pontos. Uma derrota que pesa, mas que não apaga o esforço e a garra demonstrados em campo. O futuro reserva-nos novos desafios e oportunidades de redenção. Continuaremos a lutar com toda a nossa força.

2024-04-21

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