Equipa Profissional 2024-11-03

Ato número 10: responsabilidade do guardião

Que bela casa. Que belo Fontelo. Que belo espetáculo. Uma peça que quase nos deu o que precisávamos, na qual por pouco o golo da vitória não marcámos…reféns do que se passava no último terço, naquele espaço onde se mata ou se morre.

Mas vamos perceber o que se passou até ao desfecho final: pressionantes, com a mão no pescoço do adversário que procurava ter mais bola no nosso estádio, foi assim que entrámos perante uma das melhores casas da temporada até agora. O SL Benfica B mal respirava, tal era a pressão dos homens vestidos de negro.

A partir da primeira dezena de minutos, a festa começou. Aos 11 e aos 13, Gautier afinou a mira e obrigou o guardião André Gomes a esmerar-se, por duas vezes, para evitar o 1-0. Já aos 14, foi o jovem Michelis, titular por distinção e mérito, a surgiu no segundo poste para uma nova grande defesa do guarda-redes contrário. Em apenas 15 minutos, eram já três as oportunidades emergentes de golo.

Com recurso a mais dois cantos e a um livre de Bandarra que saiu bem perto da baliza, lá chegámos ao golo. O minuto era o 20, o marcador brasileiro. Gautier bateu da direita uma bola cortada pela defensiva encarnada. Fora da área, Yuri Araújo esperou que a redondinha descesse para, sem pedir licença, rematar rasteiro de primeira e inaugurar o marcador.

Na resposta, um penálti mal assinalado a favor dos forasteiros foi revertido pelo VAR, que para isso mesmo serve. Ânimos acalmados, numa primeira parte onde, claramente, o resultado pecava por escasso.

Se os primeiros 45 minutos foram de sucesso, até aos 90 o tempo seria madrasto. Nem dois minutos volvidos do reatar da partida, João Rego cabeceou de costas para o fundo das malhas, na conversão de um canto à esquerda do ataque benfiquista. Um murro no estômago que ninguém viu chegar, deitou um pouco no chão as pretensões academistas para o que faltava da partida. No entanto, um Viriato não se deixa cair sem mais nem menos. Com um toque francês, respondemos afirmadamente ao desafio depois da hora de jogo. Gautier, isolado, acabou por perder uma excelente oportunidade ao permitir nova grande intervenção de André Gomes (para muitos, o man of the match).

Até ao fim, o jovem entre os postes disse “não” a Paulinho, que rematou já dentro de área, e a barra gritou a mesma expressão a Quizera, já dentro do período de descontos. A partida não acabaria sem antes André Gomes voltar a brilhar. O suspiro do Fontelo persentia o golo, e Sori Mané também. Após um ressalto, o médio guineense rematou de primeira…a coruja já sabia que ela aí vinha, mas o guarda-redes encarnado tinha outra ideia: a de manter tudo empatado até ao fim. E foi mesmo esse o objetivo que alcançou após nova grande defesa que fez permanecer o empate a uma bola.

Consistentes e cada vez mais capazes, é assim que guiamos o barco para uma nova rota: a dos pontos. Sábado em Mafra procuraremos fechar em beleza um ciclo que antecede três semanas seguidas de paragem. Até lá, academistas.

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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