Que bela casa. Que belo Fontelo. Que belo espetáculo. Uma peça que quase nos deu o que precisávamos, na qual por pouco o golo da vitória não marcámos…reféns do que se passava no último terço, naquele espaço onde se mata ou se morre.
Mas vamos perceber o que se passou até ao desfecho final: pressionantes, com a mão no pescoço do adversário que procurava ter mais bola no nosso estádio, foi assim que entrámos perante uma das melhores casas da temporada até agora. O SL Benfica B mal respirava, tal era a pressão dos homens vestidos de negro.
A partir da primeira dezena de minutos, a festa começou. Aos 11 e aos 13, Gautier afinou a mira e obrigou o guardião André Gomes a esmerar-se, por duas vezes, para evitar o 1-0. Já aos 14, foi o jovem Michelis, titular por distinção e mérito, a surgiu no segundo poste para uma nova grande defesa do guarda-redes contrário. Em apenas 15 minutos, eram já três as oportunidades emergentes de golo.
Com recurso a mais dois cantos e a um livre de Bandarra que saiu bem perto da baliza, lá chegámos ao golo. O minuto era o 20, o marcador brasileiro. Gautier bateu da direita uma bola cortada pela defensiva encarnada. Fora da área, Yuri Araújo esperou que a redondinha descesse para, sem pedir licença, rematar rasteiro de primeira e inaugurar o marcador.
Na resposta, um penálti mal assinalado a favor dos forasteiros foi revertido pelo VAR, que para isso mesmo serve. Ânimos acalmados, numa primeira parte onde, claramente, o resultado pecava por escasso.
Se os primeiros 45 minutos foram de sucesso, até aos 90 o tempo seria madrasto. Nem dois minutos volvidos do reatar da partida, João Rego cabeceou de costas para o fundo das malhas, na conversão de um canto à esquerda do ataque benfiquista. Um murro no estômago que ninguém viu chegar, deitou um pouco no chão as pretensões academistas para o que faltava da partida. No entanto, um Viriato não se deixa cair sem mais nem menos. Com um toque francês, respondemos afirmadamente ao desafio depois da hora de jogo. Gautier, isolado, acabou por perder uma excelente oportunidade ao permitir nova grande intervenção de André Gomes (para muitos, o man of the match).
Até ao fim, o jovem entre os postes disse “não” a Paulinho, que rematou já dentro de área, e a barra gritou a mesma expressão a Quizera, já dentro do período de descontos. A partida não acabaria sem antes André Gomes voltar a brilhar. O suspiro do Fontelo persentia o golo, e Sori Mané também. Após um ressalto, o médio guineense rematou de primeira…a coruja já sabia que ela aí vinha, mas o guarda-redes encarnado tinha outra ideia: a de manter tudo empatado até ao fim. E foi mesmo esse o objetivo que alcançou após nova grande defesa que fez permanecer o empate a uma bola.
Consistentes e cada vez mais capazes, é assim que guiamos o barco para uma nova rota: a dos pontos. Sábado em Mafra procuraremos fechar em beleza um ciclo que antecede três semanas seguidas de paragem. Até lá, academistas.