Sob o céu nublado de Felgueiras, numa conjugação atmosférica que colocava altos os níveis de humidade, os bravos Viriatos entraram decididos em responder ao desaire da última semana.
Sem dar tempo ao vento para assentar e, antes que as cadeiras se aquietassem, André Clóvis, ao terceiro minuto, ergueu-se de cabeça entre as sombras e apontou o caminho da esperança de todos nós. Um golo madrugador, nascido da precisão de Famana Quizera, que cruzou como quem semeia certezas. O 0-1 no placar era o reflexo de uma equipa que respondia, com vigor, aos dissabores do passado.
Com o coração ainda a pulsar ao ritmo do jogo, o Académico soube explorar as fragilidades de um Felgueiras que, aos tropeções, procurava uma resposta. A cada transição rápida, a ameaça do 2-0 parecia cada vez mais real, e as melhores chances do primeiro tempo pertenciam aos Beirões, que se abrigavam na vantagem.
O intervalo trouxe uma faceta desconhecida ao jogo, mas a força do Académico persistia. Porém, o Felgueiras, como quem renasce após um silêncio profundo, igualou o jogo aos 61 minutos. Carlos Eduardo emergiu no meio da área e testou a coragem de Gril. O guardião academista ainda tocou na redondinha, mas a redenção não chegou. O 1-1 surgia entre as nuvens como um golpe duro, mas não final.
Como em jornadas passadas, a sina dos cartões voltou a perseguir-nos. Aos 76, André Clóvis viu o vermelho e deixou a equipa reduzida a dez. Ainda assim, o espírito de luta não esmoreceu. Em inferioridade numérica insistimos e criámos, mas o apito final decretou um empate.
Um ponto. Apenas um. Mas um ponto que faz crescer a árvore da resiliência. O regresso ao Fontelo está à espreita, onde, no próximo domingo, reuniremos as tropas entre paredes muralhadas, dispostos a colher o triunfo que a sorte terá para nos entregar.