Equipa Profissional 2024-09-29

Mea Culpa em Tondela

Em Tondela, onde a proximidade das Serras faz ressoar histórias de rivalidades antigas, os Viriatos de Viseu entraram em campo com a força da crença e o peso da história. Esta noite, envolta em emoções que transcenderam o futebol, trouxe consigo uma prova mais árdua do que podíamos imaginar.

Naquele João Cardoso, as cores dos dois rivais misturaram-se no tributo aos verdadeiros heróis, os bombeiros, que combateram as chamas impiedosas nos términos do último verão. Porém, no relvado, as chamas da batalha eram outras — o Tondela, firme, intenso, forjou a sua vitória nos detalhes cruéis do jogo. A bola parada, aos 18 minutos, desenhou o primeiro golpe pela cabeça de Ricardo Alves. E antes que o Académico pudesse recuperar o fôlego, o segundo golo caiu como um relâmpago, um raio de imprevisibilidade que fez Gril escorregar e deixou Roberto a celebrar o 2-0.

Ainda assim a resiliência, essa constante no espírito dos Viriatos, não tardou a emergir. Com as linhas mais subidas, e com o recém-entrado Gautier a abrir caminhos pela esquerda, o Académico resplandeceu por um momento. Um cruzamento violento, um cabeceamento certeiro de Yuri Araújo, e a esperança, essa força inquebrantável, renasceram. Os adeptos academistas, com os corações de preto e branco aos saltos, vibraram como se o próprio destino lhes pertencesse de novo.

No entanto, o futebol, esse jogo de caprichos e reviravoltas, trouxe mais um obstáculo. Um penálti, uma decisão amarga, e o terceiro golo tondelense após mão na bola de Aidara. Pedro Maranhão mostrou para onde ia e atirou à sua esquerda. O jovem Gril adivinhou, mas defendeu para dentro.

Ao intervalo, a Serra parecia mais alta que nunca, mas os comandados de Rui Ferreira sabiam como entrar no segundo tempo. Voltaram com renovada energia e foi Clóvis, aos 52 minutos, quem quase reacendeu a chama com um remate poderoso. Depois, Famana, mesmo em frente aos seus adeptos, fez tremer a baliza e, por um segundo, o impossível pareceu tangível. Mas a trave, impiedosa, negou-nos o palpitar do 3-2.

Mesmo com o Académico a lutar, a desvantagem numérica após a expulsão de Aidara trouxe de novo o peso do jogo. Aos 83 minutos, Pedro Maranhão fechou o marcador, e a derrota, por 4-1, instalou-se como um fardo nas costas dos viseenses.

Porém, é nestes momentos que costuma germinar a lição mais profunda. O Académico de Viseu, clube de alma resiliente, sabe que a resposta não se encontra no que foi perdido, mas sim no que há por ganhar. Esta é uma derrota que dói, sim, mas que deve ser enfrentada com a mesma coragem que até aqui nos trouxe.

No próximo sábado, no calor da batalha de Felgueiras, devemos responder. Aos nossos bravíssimos academistas, fica o apelo e a gratidão: continuem a empurrar esta equipa, pois na união das vozes de Viseu, reside a nossa força. O vosso apoio incansável, levar-nos-á ao regresso às vitórias.

Partilhar:
Equipa Profissional

"Sentimo-nos confortáveis na nossa organização defensiva”

A equipa profissional do Académico de Viseu empatou a uma bola no terreno do FC Felgueiras. No terceiro jogo consecutivo longe do Fontelo, os Viriatos terminaram o encontro com menos uma unidade, após terem estado a vencer desde cedo com golo de André Clóvis. Nas reações rápidas à partida em casa da equipa minhota, o técnico academista Rui Ferreira falou da boa entrada em campo da equipa, abordando a estratégia delineada para o jogo: “Entrámos, claramente, aqui, com uma estratégia de transição de contra-ataque, pois era importante esta equipa não perder e conseguir somar pontos. Sentimo-nos confortáveis na nossa organização defensiva, mas o que sofremos alterou ali um bocadinho aquilo que era as nossas ambições. Preparámos a mudança e, nesse momento, acontece a explosão e tornou-se difícil nesse capítulo. Vamos ter de para poder dar consistência até ao fim dos jogos, para estarmos sempre ativos e em circunstâncias iguais às do adversário. O Felgueiras foi superior naquilo que é posse de bola e no domínio consentido e, sem tirar qualquer tipo de mérito ao Felgueiras, viemos aqui com uma estratégia clara de tentar surpreender. Depois de uma derrota pesada, precisávamos urgentemente de mudar o chip e de dar confiança à equipa. E isso foi conseguido”. Rui Ferreira congratulou ainda os seus jogadores, pelo compromisso e qualidade que demonstraram em campo, apontado já à conquista dos três pontos na próxima jornada: “Os jogadores corresponderam da melhor maneira dentro daquilo que foi treinado esta semana. Tivemos situações em que podíamos ter definido melhor, mas também não é de um dia para o outro que as coisas se assimilam. Devemos respeitar isso e dar os parabéns aos jogadores pela atitude, pela forma como se entregaram ao jogo e pela forma como quiserem interpretar a estratégia. Não ganhámos, mas queremos muito os três pontos”. Com este resultado, o Académico de Viseu soma agora 11 pontos no final das primeiras sete jornadas do campeonato. Na próxima ronda da Liga Portugal 2, os Beirões recebem o CS Marítimo, em partida agendada para o próximo domingo, às 15H30 no Estádio do Fontelo.  

2024-10-05

Patrocinadores Principais