Equipa Profissional 2024-09-15

Aprendizagem à força

Sabíamos que ia chegar. A primeira derrota da temporada, ainda que adiada o mais possível, teria de acontecer a qualquer altura. Num campeonato como o nosso, a competitividade e equilíbrio são características inerentes. No entanto, perder desta forma custa sempre um pouco mais.

Olhar no retrovisor todas as excelentes oportunidades da primeira parte, a grande e empolgante entrada em jogo e o assumir da crença de que queríamos voltar a vencer em casa, é como ver um cruzamento que já vai distante, no qual poderíamos ter optado por outra direção que nos fizesse chegar ao nosso melhor destino: os três pontos.

O primeiro sinal esbarrou nos 19 minutos e na barra leiriense. Gautier, qual recuperador, obrigou ao erro da saída de bola contrária, recebendo depois um passe curto de Messeguem. À entrada da grande-área e com a bola aos saltitos, o francês puxou do melhor pé e de esquerda fez a redondinha beijar a barra. Estava batido o guardião adversário e estava perdido um grande golo.

Com mais ataques que os forasteiros, a verdade é que o jogo caiu no que às boas oportunidades dizia respeito, notando-se uma agoniante cerimónia academista no último terço, impulsionada pela eficazmente compacta missão defensiva da turma do Lis.

No segundo tempo, o momento decisivo chegou quando o relógio bateu nos 56 minutos, quase 57. Marc Baró recebeu na ponta esquerda e cruzou para a entrada da pequena-área de Gril. O desamparado esloveno nada pôde fazer perante o remate de Crystopher, que sem oposição só teve de encostar de primeira. 0-1 no marcador.

Encarando um cenário pouco conhecido (o Académico ainda só tinha estado em desvantagem em casa do CD Feirense), os pupilos vestidos de negro fizeram alterações no 11, fazendo as suas linhas avançarem. O “bruaá” de golo ouviu-se aos 67 minutos, com Yuri Araújo a ser apenas travado por Kieszek, que lhe negou o empate certo com um grande voo.

Aos 83 minutos, o Viriato de seu nome Aidara cometeu uma infração proibida em campo, e foi expulso com vermelho direto. Tal como na Vila da Feira, a jogar com 10 os academistas não se viram nada mal. Reaumentam o fluxo atacante e até Domen Gril foi à área contrária nos últimos lances de jogo, em busca de pelo menos um ponto.

Ponto esse que não surgiu e que impôs a primeira derrota da temporada oficial aos comandados de Rui Ferreira. Agora, segue-se a Taça. Emoções fortes esperam-nos em Évora, naquela que é a verdadeira festa da Prova que é Rainha do futebol português. É imperativo usar a deslocação alentejana para recuperar índices de vitória e de grupo. Cabeça para cima, Viriatos.  

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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