Sabíamos que ia chegar. A primeira derrota da temporada, ainda que adiada o mais possível, teria de acontecer a qualquer altura. Num campeonato como o nosso, a competitividade e equilíbrio são características inerentes. No entanto, perder desta forma custa sempre um pouco mais.
Olhar no retrovisor todas as excelentes oportunidades da primeira parte, a grande e empolgante entrada em jogo e o assumir da crença de que queríamos voltar a vencer em casa, é como ver um cruzamento que já vai distante, no qual poderíamos ter optado por outra direção que nos fizesse chegar ao nosso melhor destino: os três pontos.
O primeiro sinal esbarrou nos 19 minutos e na barra leiriense. Gautier, qual recuperador, obrigou ao erro da saída de bola contrária, recebendo depois um passe curto de Messeguem. À entrada da grande-área e com a bola aos saltitos, o francês puxou do melhor pé e de esquerda fez a redondinha beijar a barra. Estava batido o guardião adversário e estava perdido um grande golo.
Com mais ataques que os forasteiros, a verdade é que o jogo caiu no que às boas oportunidades dizia respeito, notando-se uma agoniante cerimónia academista no último terço, impulsionada pela eficazmente compacta missão defensiva da turma do Lis.
No segundo tempo, o momento decisivo chegou quando o relógio bateu nos 56 minutos, quase 57. Marc Baró recebeu na ponta esquerda e cruzou para a entrada da pequena-área de Gril. O desamparado esloveno nada pôde fazer perante o remate de Crystopher, que sem oposição só teve de encostar de primeira. 0-1 no marcador.
Encarando um cenário pouco conhecido (o Académico ainda só tinha estado em desvantagem em casa do CD Feirense), os pupilos vestidos de negro fizeram alterações no 11, fazendo as suas linhas avançarem. O “bruaá” de golo ouviu-se aos 67 minutos, com Yuri Araújo a ser apenas travado por Kieszek, que lhe negou o empate certo com um grande voo.
Aos 83 minutos, o Viriato de seu nome Aidara cometeu uma infração proibida em campo, e foi expulso com vermelho direto. Tal como na Vila da Feira, a jogar com 10 os academistas não se viram nada mal. Reaumentam o fluxo atacante e até Domen Gril foi à área contrária nos últimos lances de jogo, em busca de pelo menos um ponto.
Ponto esse que não surgiu e que impôs a primeira derrota da temporada oficial aos comandados de Rui Ferreira. Agora, segue-se a Taça. Emoções fortes esperam-nos em Évora, naquela que é a verdadeira festa da Prova que é Rainha do futebol português. É imperativo usar a deslocação alentejana para recuperar índices de vitória e de grupo. Cabeça para cima, Viriatos.