Num Estádio do Fontelo em regime de despedida, Académico de Viseu e CS Marítimo protagonizaram um dos duelos mais interessantes da temporada, à altura do adeus à época 2023-24. Com as bancadas repletas de fervorosos academistas que viram, pela primeira vez, a sua nova mascote Viri, o embate terminou com um empate a dois golos, deixando uma sensação agridoce entre os Viriatos que ansiavam por uma vitória.
O jogo mal começara e já os viseenses estavam em êxtase. Aos quatro minutos, a insistência do avançado André Clóvis teve o seu merecido prémio. Após uma luta intensa pela bola, esta acabou nos pés de Marquinho, que, sem cerimónia, disparou de primeira, rasteiro, desde fora da área. O esférico deslizou pelo relvado, veloz e determinado, aninhando-se no fundo das redes, sem qualquer hipótese para o guarda-redes madeirense. O Estádio do Fontelo explodia de alegria e de esperanças renovadas.
Apenas dois minutos depois, os nossos corações quase voltaram a saltar do peito. Gautier, num lance de pura genialidade, rasgou a defesa maritimista e ofereceu a bola novamente a Marquinho. Parecia um guião escrito para mais um momento de glória, mas o destino foi negado por Tomás Domingos, que se agigantou e evitou o segundo golo com um corte providencial.
Aos 23 minutos, depois de um período de pressão crescente por parte do Marítimo, a balança do jogo equilibrou-se. Xadas, num momento de pura inspiração, puxou a bola para o seu pé preferido e, com um remate em arco desde uma distância quase impensável, assinou um belo golo.
Com o jogo ao rubro, Marquinho, sempre ele, continuou a ser o foco das atenções. Aos 32 minutos, o endiabrado voltou a ameaçar, com um remate potente que passou perto do alvo. A primeira parte terminou com um resultado justo, mas que deixou patente a superioridade e a intensidade dos homens da casa.
Na segunda metade, o equilíbrio foi a tónica dominante até que, aos 65 minutos, um infortúnio para os viriatos alterou o rumo do encontro. Num canto batido pelo Marítimo, a defesa viseense não conseguiu afastar a bola, que encontrou Henrique Gomes de forma infeliz. Numa fração de segundo, o azar materializou-se e a bola entrou na própria baliza, dando a vantagem aos visitantes.
Quando tudo parecia encaminhar-se para uma festa maritimista, com o tempo a escassear, surgiu a estrela de André Clóvis. Aos 83 minutos, num canto cobrado por Gautier do lado direito, o iluminado paulista elevou-se, ou melhor, nem precisou saltar, e com um gesto técnico perfeito de cabeça, fez o empate. O Fontelo explodiu uma vez mais, os adeptos renasceram em esperança e o Académico de Viseu conseguiu segurar o resultado até ao apito final.
Foi uma despedida honrosa para os viriatos, que, apesar de não alcançarem a vitória, proporcionaram um bom espetáculo aos seus fiéis seguidores, deixando no ar a promessa de que o futuro nos reserva grandes momentos. Obrigado por todo o apoio, academistas. Encontramo-nos em 2024-25