Por estas terras de Viriato, onde os ventos sopram histórias antigas e os campos guardam segredos de batalhas antigas, ergue-se o nosso mítico Fontelo entre a mata que o envolve. E é neste mesmo palco de glórias e desafios pintados a preto e branco, que o Académico de Viseu se prepara para um último embate, um derradeiro confronto que promete ser o capítulo final de uma temporada marcada por altos e baixos, por lutas e superações. É hora de "Despedir-nos de Cara Lavada".
Os Viriatos, guerreiros incansáveis do futebol, mas não só, tecem os seus sonhos com os fios da paixão e da dedicação, honrando as cores que trazem no peito. E neste domingo, com o sol a banhar o relvado verdejante, preparam-se para uma despedida que se quer gloriosa, que se quer brilhante como os olhos dos seus adeptos que aguardam ansiosos nas bancadas.
O adversário é de peso, não se pode negar. O CS Marítimo, vindo das ondas do Atlântico, traz consigo o ímpeto de quem ainda luta pelos seus objetivos, pelo sonho de subir mais alto. Mas os Viriatos não se acovardam diante da perspetiva de dificuldade. Sabem que a jornada será árdua, que cada lance será uma batalha travada com suor e coragem.
Lembram-se do último encontro, daquele empate amargo nos Barreiros, onde a vitória esteve tão próxima, mas escapou como o vento que sopra nas serras. Agora, diante dos seus fiéis seguidores, anseiam quebrar o enguiço que paira sobre eles. Nunca na história o Académico venceu os maritimistas, mas este é o momento de virar essa página, de reescrever o destino com outro tipo de letras.
Sob o olhar atento dos Deuses do futebol, desafiamos quem em nós não acredita, determinados a escrever o nosso próprio conto de vitória. Cada passe, cada drible e cada defesa são gestos de respeito à perseverança, uma declaração de amor a este clube e às suas gentes.
Despedimo-nos também de uma temporada que nos deixa com um peso amargo, da memória do que podia ter sido. Ainda assim, de uma coisa podemos estar certos: a união, a força e a garra da Beira conseguimos manter intactas, de modo a juntar de novo as tropas para aquela que é a nova época na qual já todos pensamos. Obrigado, academistas.