Assistimos, esta tarde, a um embate de vontades entre o Académico de Viseu e o FC Paços de Ferreira, com as expectativas a elevarem-se no Estádio do Fontelo. Ambas as equipas, ansiosas por domar a bola e explorando os corredores laterais, deram ao início da partida um jogo cativante e equilibrado. No entanto, a disputa desenrolava-se longe das balizas, com dificuldades de penetração no último terço do campo.
Já bem dentro do primeiro tempo, foi do Académico de Viseu que partiu a iniciativa de intensificar as linhas de pressão alta. Com agressividade imposta nas divididas, a equipa rentabilizou esse esforço, crescendo no jogo e assumindo, de forma ligeira, o controlo das operações num relvado que ia sendo acarinhado por mais de 1200 academistas. Com o controlo parcial do encontro a ficar nas mãos dos viseenses, o primeiro remate do encontro nasceu do “pequenino” Martim Ferreira, ele que fez, hoje, a estreia a titular no Fontelo, uma semana após ter sido titular pela primeira vez ao serviço da equipa sénior do Académico. O remate à figura de Marafona, precedeu um outro tiro de Marquinho, aos 20 minutos, que fez o esférico sair por cima e sem perigo.
O intervalo trouxe a promessa de uma segunda parte mais vibrante, onde os "castores" regressaram com mais perigo, personificando no seu jogo a boa primeira parte do Académico. Os homens da Capital do Móvel chegariam à vantagem ainda dentro dos primeiros cinco minutos do segundo período, com Welton a desmarcar Afonso Rodrigues, que cruzou para Uilton inaugurar o marcador.
A turma beirã iria responder logo a seguir, tanto dentro de campo como através do banco. Foi, precisamente de lá, que Yuri e Quizera ainda viram André Clóvis a rematar por duas vezes, com a bola a sair ao lado. E aos 61 minutos, surgiria uma oportunidade crucial no jogo, que daria ainda mais ânimo ao Académico. Afonso Rodrigues, da marca dos 11 metros, falhou uma grande penalidade que faria o 0-2, mas que rapidamente se transformou em crença e motivação para os Viriatos, que tornaram a crescer e a pressionar o Paços.
As oportunidades sucediam-se, com Marafona em destaque na baliza pacense. André Almeida, Gautier, Clóvis, Yuri eram as vozes inconformadas que “gritavam” em formato de remate, mas sem sucesso. No entanto, aos 88 minutos, o ex-Académico, Ícaro Silva, cometeu uma grande penalidade, e Clóvis não desperdiçou, empatando o jogo. Com o Fontelo em estado de ebulição, sentia-se no ar o doce aroma a reviravolta, e os seis minutos de compensação ajudavam a construir as esperanças viseenses. Não se contentando com o empate, Steven Petkov (entrado no segundo tempo) marcou aos 90+6 minutos, após assistência de Miguel Bandarra. Os festejos emocionados das boas gentes beirãs, do nada se tornaram em espectativa, após a bandeira subir em direção aos céus. O vídeo-árbitro demorou, e acabou por assinalar fora de jogo do avançado búlgaro pela simples distância de dez centímetros, que é o tamanho exato de algumas canetas, lápis, de uma caixa de fósforos ou de um cartão multibanco.
O resultado final de 1-1 persistiu, mantendo os dois conjuntos colados na tabela classificativa, ambos com 37 pontos. Apenas dez centímetros…