Num sábado nublado, com o relvado verdejante do Estádio do Fontelo pronto para mais uma batalha, as cidades de Viseu e Paços de Ferreira preparam-se para ver os seus guerreiros a enfrentar-se em campo. De um lado, o Académico continua a crescer das terras da Muralha, na Capital da Beira-Alta, onde os Viriatos são mais que uma tradição, são uma essência gastronómica, tão enraizada quanto o orgulho que pulsa nas veias dos seus viseenses.
Desde outubro, o Académico mantém a sua fortaleza inviolada, erguendo-se como uma muralha impenetrável diante de adversários ousados. Nem mesmo a derrota na Vila das Aves, que trouxe consigo a quebra na senda pontual, foi capaz de abalar as fundações desta equipa que, com garra e determinação enfrentou, recentemente, dois dos principais candidatos à subida, mantendo-se firme e determinada em não se amedrontar seja perante quem for.
Do outro lado do relvado, encaramos o FC Paços de Ferreira, oriundo da Capital do Móvel, onde a arte de moldar a madeira é uma tradição, que se reflete até nos corações daqueles que lá vivem. Com os mesmos 36 pontos que o Académico, o Paços apresenta-se com vantagem na tabela classificativa, trazendo consigo o ímpeto de três vitórias consecutivas no campeonato.
Na primeira volta, a turma de Jorge Simão sofreu uma derrota por 1-0, num jogo onde a sorte não sorriu a seu favor, mas onde a ambição foi inegável. Agora, diante da muralha viseense, estes Viriatos estão determinados a mostrar a força e a qualidade que os trouxeram até aqui, sabendo que, neste embate, tal como em todos os outros, não há espaço para erros.
Será o 15º confronto entre os dois históricos do futebol português, numa história que se desenrola desde 1983. Numa época que acabaria em tristeza para as gentes de Viseu, que viam o seu Académico em queda livre para a terceira divisão, dois anos depois de ter estado no topo superior do futebol nacional, Viriatos e Castores empatariam a zero no Fontelo, sendo que os pacenses venceriam na segunda volta por 2-0. Seguiram-se 12 partidas, onde os academistas só venceram por uma vez. Está, por esse mesmo motivo, mais que na hora de quebrar tal enguiço
As cidades de Viseu e Paços de Ferreira unem-se na esperança e na paixão pelo desporto. O Fontelo pulsa com a saudade em ver os seus academistas nas bancadas, enquanto os jogadores entram em campo. Força, Viriatos.