Equipa Profissional 2024-03-04

Talvez dois pontos perdidos

Onde o coração da Beira soa mais forte, onde os ventos sussurram histórias de glória e bravura, o Fontelo preencheu-se como palco de um duelo entre os Viriatos do Académico de Viseu e os insulares do Santa Clara. Estava em jogo mais do que um simples embate desportivo: era uma batalha pela redenção, pela afirmação de honra em campo. Academistas inatos, determinados a reagir após o revés da jornada anterior, receberam os líderes da Liga Portugal 2 com uma mistura de garra e esperança dentro do peito.

No compasso frenético da primeira parte, ambos os lados desferiram golpes e contragolpes, como guerreiros numa dança de destemor. Os açorianos, com Ricardinho e Safira como aves de rapina, rondaram a área viseense, pintando o ar com tons perigosos de vermelho. Atiçado pelas investidas contrárias foi, no entanto, “Marquinho O Poeta da Bola”, que ergueu a bandeira da fé aos 28 minutos, convertendo a sua esperança em golo. Um passe de abertura total de Samba Koné, encontrou o pé certeiro do médio canarinho que, entre linhas, rematou fora da grande-área, estremecendo o Fontelo com o rugido das redes balançadas. O grito de jubilo ecoou pelas ruas da Capital desta Beira, carregando consigo o orgulho dos viseenses com sotaque sul-americano.

Ainda assim, a batalha estava longe de findar. Os insulares não tardaram em retaliar, com Safira a desferir um golpe certeiro ao poste de Gril, recordando aos Viriatos que a luta estava ainda viva. Os segundos 45 minutos desvelaram-se como um novo capítulo nesta tarde/noite onde o Fontelo foi anfitrião, com os academistas a manterem-se firmes em campo. No entanto, num ato de resiliência, os açorianos arrancaram o empate, com Sidney Lima a elevar-se mais alto que todos, após um canto da forma como defendia o Académico. Com Domen batido, bastou um instante para gelar os corações viseenses. O grito de guerra dos insulares soou alto, mas os Viriatos não abaixaram as armas. Clóvis e Marquinho, senhores incansáveis na busca pela glória, cumprimentaram o segundo golo, mas destino já havia traçado a nossa sentença.

Ao soar do apito final, o Fontelo tornou-se palco de emoções contraditórias. O empate, sabor agridoce para os academistas, deixou um rasto de questões aos Deuses do futebol. Enquanto um ponto não sabe mal, outros dois estiveram ali tão perto, à “mão de semear”…Contudo, no coração da Beira Alta, onde os sonhos são tecidos com fios de determinação, os Viriatos mantêm-se unidos e prontos para os embates que se avizinham. Obrigado, academistas.

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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