Na tarde do próximo domingo, em pleno tapete sagrado onde repousa o futebol, os nossos Viriatos deslocam-se ao Estádio Marcolino de Castro. Em embate direto, as Sete Torres da Muralha viseense elevam-se, frente a frente, com o medieval Castelo de Santa Maria da Feira.
São Francisco, a Senhora das Angústias, os Cavaleiros, São Sebastião, São Miguel, o Senhor Crucificado e São José, preparam-se para defender a nação beirã num lugar imponente, histórico e que desde a Idade Média é símbolo da nacionalidade lusitana.
Palco de ilustres batalhas defensivas, que preservaram a independência portuguesa ao longo dos séculos, Santa Maria da Feira é, hoje em dia, também por si só uma referência futebolística. Nessa mesma onda, às 15H30 do próximo domingo, fogaceiros e viriatos entrarão em campo para lutarem pelos três pontos, em alturas bastante distintas para cada lado.
Do lado da casa, os azuis e brancos trazem consigo o aroma inconfundível das fogaças. Além disso, são acompanhados também pela união entre jogadores e adeptos, que procuram dar contornos diferentes aos últimos resultados da sua equipa. Sem vencer há três jogos, o CD Feirense somou apenas uma vitória nas últimas sete jornadas. Será, esse mesmo, o principal fator a ter em conta quanto a este adversário, que de tudo fará para voltar a somar pontos em casa, afastando-se da cauda da tabela.
Já do lado de Viseu, a alma Viriata ainda a viver os resquícios das emoções do Dérbi Beirão, eleva-se sobre tradições e raízes que se entrelaçam com o pulsar do coração futebolístico. Academistas de gema, com o seu símbolo centenário ao peito, continuam a olhar para cima. São já oito as partidas seguidas sem conhecer o sabor da derrota, sequência essa que vai cimentando cada vez mais, a força, garra e determinação desta Equipa (com “E” maiúsculo). A cada ronda do campeonato, uma nova oportunidade de subir na tabela, de continuar a sonhar com uma nova
As doces fogaças de Santa Maria da Feira, encontram um paralelo inusitado nos ainda mais saborosos Viriatos de Viseu, símbolos não só gastronómicos, mas também de resistência e determinação das duas regiões. Recordemos os duelos épicos, as reviravoltas emocionantes e os momentos de glória que moldaram o confronto entre estas duas equipas: são ao todo 55 jogos oficiais entre Académico e Feirense, que se reeditam desde 1966, entre as várias divisões do futebol nacional. Saindo por 12 vezes vitoriosos, os academistas venceram os dois últimos confrontos (na segunda volta da época passada (2-1 no Fontelo; e na primeira volta da presente temporada (2-0 novamente em Viseu).
O Marcolino de Castro, espera-se inundado por cânticos apaixonados pelo nosso Académico, e por cores vibrantes que representam os corações viseenses. Da capital da Beira, viaja uma nação determinada em “saquear” um triunfo do Castelo. O palco está montado, as equipas preparadas, e a história aguarda para ser escrita pelos talentos de chuteiras calçadas.
Vamos por mais, Académico.