Equipa Profissional 2024-01-30

Tramados pelos postes

O Estádio do Fontelo foi palco de um emocionante Dérbi Beirão, entre o Académico de Viseu e o CD Tondela, que terminou com um empate a uma bola.

A primeira parte do jogo, deixou os quase 5000 espetadores presentes entusiasmados, mesmo que ambas as equipas tenham enfrentado dificuldades para criar oportunidades no último terço contrário. Aos 18 minutos, o Académico mostrou ao que vinha e, através de um canto batido por Gautier à esquerda do ataque, Samba Koné rematou de cabeça, dando a sensação de que teria sido com o pé, dada a força com que o esférico embateu na trave da baliza defendida por Ricardo Silva. O médio subiu ao terceiro andar, faltando-lhe uns meros centímetros para inaugurar o marcador, um cenário que acabou por não se verificar em nenhuma ocasião dos primeiros 45 minutos. Ainda assim, estava dado o primeiro sinal de perigo dos comandados de Jorge Simão.

O Académico demonstrou ambição, mas o marcador permaneceu inalterado ao longo da primeira metade. Já o segundo tempo foi uma reviravolta em termos de intensidade, com ambos os conjuntos a adotarem um ritmo mais rápido e mostrando mais iniciativa no ataque. As defesas estiveram em destaque, frustrando as investidas dos setores ofensivos.

Os primeiros minutos trouxeram mudanças táticas na procura pelo golo. Logo aos 52 minutos, Clóvis, “O canarinho” lançava um prenúncio do golo a chegar, rematando acrobaticamente para defesa apertada do guardião tondelense. Nessa busca incessante, foi o Académico de Viseu a quebrar o impasse, trazendo alguma justiça àquilo que havia sido o desenrolar do encontro. Aos 64 minutos, André Clóvis ganhou e cobrou uma grande penalidade, que não surtiu qualquer outra interpretação a quem viu bem o lance. Nas colunas do Fontelo ouvia-se “Live is Life”, nas comemorações do tento academista, numa comunhão perfeita com aquilo que os nossos adeptos sentiam nas bancadas: “Viver (este espírito viriato) é Vida”.  

Contudo, apenas quatro minutos volvidos, Rui Gomes restabeleceu a igualdade. O CD Tondela beneficiou de um ressalto favorável dentro da grande área, confirmando a rasteira que o azar pregou ao Académico, que havia sido claramente mais perigoso na partida.

A turma viseense iria responder aos 82 minutos, num objetivo pressing final, altura em que Marquinho encontrou (de novo) a falta de sorte na noite serrada da Mata do Fontelo. O remate do jovem médio assertou em cheio no poste direito de Ricardo Silva, ultrapassando depois a linha final. Olhavam os academistas para o céu, questionando os deuses sobre o que estavam eles a ditar.

O empate a uma bola refletiu a igualdade de forças no emocionante Dérbi Beirão, mas não espelhou a superioridade academista quanto às grandes oportunidades do encontro. A vencer alguém, não há dúvidas que o Académico chegaria em primeiro à pole position. Apesar das tentativas dos viriatos, o marcador permaneceu inalterado até ao apito final, deixando os adeptos com a sensação de que assistiram a um confronto equilibrado,  mas injusto no seu resultado final. Ainda assim, são já oito os jogos seguidos a pontuar, tanto dentro como fora de campo. Foi um autêntico espetáculo da bola, aquele que os viseenses ofereceram ao Estádio do Fontelo. Obrigado, Viriatos.

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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