Na ilustre e boémia Coimbra, as expectativas viseenses percorrem as margens do majestoso Rio Mondego, prontas para desaguar no estádio ao qual a cidade dá nome. É sexta-feira, são 18 horas, e a “Magia do Académico” prepara-se para se desdobrar na jornada número 18 da Liga Portugal 2.
Os protagonistas desta narrativa desportiva são o Académico de Viseu FC e o Länk Vilaverdense, duas equipas destinadas a transformar o relvado do Cidade de Coimbra, num campo de discussão de pontos. No epicentro desta antecipação, destaca-se o Académico de Viseu, cujo percurso recente é uma sinfonia de triunfos e resiliência. Uma série invencível estende-se por seis jogos consecutivos, erguendo-se como um escudo impenetrável. Cada vitória e cada ponto não é apenas uma conquista; é a celebração do espírito indomável, da força coletiva que une jogadores e adeptos, numa simbiose academista vibrante. Nos últimos oito encontros, fomos apenas batidos num deles, condição que comprova a crescente melhoria de rendimento, prestações e resultados.
Ao entrar na segunda volta deste campeonato apaixonante, o Académico de Viseu não é apenas um participante; é um artífice do destino desportivo. O seu desempenho não é apenas estatístico; é uma narrativa em construção, um capítulo que se desdobra perante os olhos atentos de uma cidade que pulsa com paixão pelo futebol.
Coimbra, capital dos estudantes, torna-se o epicentro deste confronto. O Estádio Cidade de Coimbra, testemunha silenciosa de históricas batalhas futebolísticas, prepara-se para acolher o duelo entre dois emblemas que na cidade não têm raízes. As ruas estreitas e os edifícios históricos, permeados pela tradição da Associação Académica de Coimbra, tornam-se o pano de fundo onde os sonhos desportivos das competições profissionais ganham vida. De um lado, a manutenção; do outro, os olhos postos lá em cima.
Beirões e Minhotos voltam a encontrar-se na cambalhota do calendário, num duelo que é apenas editado pela segunda vez na história. Na primeira, de memória azeda para os Viriatos, Académico e Länk empataram a uma bola no Fontelo, naquele que foi um arranque de campeonato aos tropeções. Cinco meses volvidos, a turma minhota apresenta-se novamente em “casa” (emprestada), após importante triunfo na última jornada do campeonato, frente ao CD Feirense.
Quando em confronto direto com algum dos participantes na luta dos aflitos, onde todos os pontos interessam, os perigos e desafios adensam-se, comandados pelo desespero adversário de tirar a corda do pescoço. Para quem já lá andou em temporadas passadas, poucas são as memórias positivas e vivas são as recordações da vontade irracional de pontuar. Com respeito, entendemos a posição de quem nos enfrenta, mas seguimos focados num único desejo: vencer.
Que o Académico de Viseu, impulsionado pela recente série invicta, encontre na atmosfera única de Coimbra, ainda que despida do seu verdadeiro significado, a testemunha vitoriosa deste duelo.