Num rincão onde o Oceano Atlântico acaricia a terra com ternura, onde o balancear das ondas sussurra segredos de uma ilha abençoada, o Académico de Viseu prepara-se para aterrar num avião que transporta uma maré de vitória, confiança e união.
É neste cenário idílico, que o próximo domingo reserva um espetáculo futebolístico que coloca em confronto o Académico de Viseu FC e o CS Marítimo, num duelo que transcende o relvado, tecendo uma história única na Jornada 17 da Liga Portugal 2.
O Académico, qual poema declamado entre as Serras do Distrito que o rodeiam, chega a este confronto com a determinação de quem carrega nos ombros o orgulho de uma região. Viseu, cidade de história rica, onde os estudantes tecem sonhos entre livros e tradições, reflete agora a força de um clube que procura o triunfo, como quem parte numa demanda incessante por conhecimento. Na bagagem, os valentes Viriatos trazem uma série de cinco rondas consecutivas a somar pontos, onde venceram por três ocasiões e empataram em duas outras. É nesta sequência vitoriosa que os beirões basearam o seu salto na tabela classificativa, onde ocupam a nona posição, lugar que lhes permite abrir o alçapão onde espreitam, sorrateiramente, os postos da dianteira. Assim, quase de mansinho, traçam a caminhada que os Deuses do futebol os ajudarão a cumprir.
As árvores dos jardins do Fontelo, testemunhas silenciosas de tempos passados, agitam-se agora ao ritmo das esperanças dos nossos adeptos, à medida que a equipa se prepara para esta dura jornada insular. Neste fim de semana, o mítico Fontelo ficará silencioso, sossegado e tranquilo, enquanto os rapazes que dele fazem Rei viajam, longinquamente, em busca de um regresso que lhes permita presentear a sua casa com pontos.
O caminho será inóspito e capaz de testar ao máximo todas as energias que levamos. Na memória, ficam os oito confrontos passados, nos quais o Marítimo quase sempre levou a melhor. São cinco derrotas e três empates, num histórico de encontros que não é reeditado desde 1989, ou seja, que não conhece de forma alguma, a realidade atual destes dois emblemas, diametralmente oposta à dessa geração. Além disso, e como diz o velho ditado: “Há sempre uma primeira vez para tudo”.
No presente, os madeirenses levam uma série de três jogos sem vencer, mas também uma vantagem pontual e classificativa perante o Académico, ocupando o quarto lugar do campeonato, com 27 pontos.
A Ilha da Madeira, pérola do Atlântico, é mais do que um mero palco para este confronto. É o canto das sereias que ecoa nos ouvidos dos nossos jogadores, desafiando-os a conquistar a vitória, sob o olhar atento do verde exuberante das serras e do azul profundo do oceano. Na cabeça, o pensamento é um só: Queremos Vencer.
Força, Viriatos.