Equipa Profissional 2024-01-12

Há sempre uma primeira vez para tudo

Num rincão onde o Oceano Atlântico acaricia a terra com ternura, onde o balancear das ondas sussurra segredos de uma ilha abençoada, o Académico de Viseu prepara-se para aterrar num avião que transporta uma maré de vitória, confiança e união.

É neste cenário idílico, que o próximo domingo reserva um espetáculo futebolístico que coloca em confronto o Académico de Viseu FC e o CS Marítimo, num duelo que transcende o relvado, tecendo uma história única na Jornada 17 da Liga Portugal 2.

O Académico, qual poema declamado entre as Serras do Distrito que o rodeiam, chega a este confronto com a determinação de quem carrega nos ombros o orgulho de uma região. Viseu, cidade de história rica, onde os estudantes tecem sonhos entre livros e tradições, reflete agora a força de um clube que procura o triunfo, como quem parte numa demanda incessante por conhecimento. Na bagagem, os valentes Viriatos trazem uma série de cinco rondas consecutivas a somar pontos, onde venceram por três ocasiões e empataram em duas outras. É nesta sequência vitoriosa que os beirões basearam o seu salto na tabela classificativa, onde ocupam a nona posição, lugar que lhes permite abrir o alçapão onde espreitam, sorrateiramente, os postos da dianteira. Assim, quase de mansinho, traçam a caminhada que os Deuses do futebol os ajudarão a cumprir.

As árvores dos jardins do Fontelo, testemunhas silenciosas de tempos passados, agitam-se agora ao ritmo das esperanças dos nossos adeptos, à medida que a equipa se prepara para esta dura jornada insular. Neste fim de semana, o mítico Fontelo ficará silencioso, sossegado e tranquilo, enquanto os rapazes que dele fazem Rei viajam, longinquamente, em busca de um regresso que lhes permita presentear a sua casa com pontos.

O caminho será inóspito e capaz de testar ao máximo todas as energias que levamos. Na memória, ficam os oito confrontos passados, nos quais o Marítimo quase sempre levou a melhor. São cinco derrotas e três empates, num histórico de encontros que não é reeditado desde 1989, ou seja, que não conhece de forma alguma, a realidade atual destes dois emblemas, diametralmente oposta à dessa geração. Além disso, e como diz o velho ditado: “Há sempre uma primeira vez para tudo”.

No presente, os madeirenses levam uma série de três jogos sem vencer, mas também uma vantagem pontual e classificativa perante o Académico, ocupando o quarto lugar do campeonato, com 27 pontos.  

A Ilha da Madeira, pérola do Atlântico, é mais do que um mero palco para este confronto. É o canto das sereias que ecoa nos ouvidos dos nossos jogadores, desafiando-os a conquistar a vitória, sob o olhar atento do verde exuberante das serras e do azul profundo do oceano. Na cabeça, o pensamento é um só: Queremos Vencer.

Força, Viriatos.

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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