Equipa Profissional 2024-01-07

"A História dos Três Reis Magos". Por: Académico de Viseu

Os Três Reis Magos: O ouro A camisola, O incenso O golo e A mirra A vitória

Reza a lenda que Baltasar, Gaspar e Belchior acorreram rapidamente a Jerusalém, vindos do Oriente, assim que souberam do nascimento de Cristo, “Rei dos Judeus”.

Pois foi numa demanda idêntica e apressada, que os academistas se deslocaram nesta tarde/noite ao Fontelo, assim que souberam do regresso da sua equipa a casa. Naquele que foi o primeiro jogo no ano civil de 2024, as expectativas para dar continuação à conquista dos três pontos em Matosinhos, levaram ao Mítico Fontelo quase 1300 pessoas.

Empolgados, os viseenses foram surpreendidos por uma “Estrela” até agora desconhecida, que os guiou até ao seu sagrado Estádio: em ano de comemoração do 110º aniversário do clube, foi estreada a nova camisola principal do seu Académico. Preenchido pelo negro que caracteriza a bravura e raça beirãs, o novo manto dos viriatos carrega consigo o “oiro” da história academista, marcada pelos áureos sucessos, mas também pelas cicatrizes fundas que fazem deste, o maior representante não só do centro, como de todo o interior do país. O lançamento da nova camisola, que substitui aquela que nos levou às fases decisivas de duas taças, e que nos acompanhou no sonho pela subida até aqui, não desfraldou os olhos de quem a contemplava, vidrando-os nos seus detalhes singulares repletos de requinte, charme e classe. É esta a pele que iremos passar a vestir, que nos encaminhará ao sucesso e que nunca nos deixará sozinhos.

Dentro de campo, a bola foi renhida. Duas equipas já conhecidas das andanças desta época, procuravam dois objetivos diferentes: o Académico chegar ao quinto jogo sem perder; a União terminar com o ciclo sem vitórias. Tirando o cenário de divisão de pontos, apenas uma chegaria a alcançar os seus desejos em pleno Dia de Reis.

Desperdiçando algumas oportunidades em ambas as metades, os bravos viriatos em campo fizeram os roedores de unhas presentes nas bancadas, aguardar pelos 81 minutos para se levantarem da cadeira, indultando o aroma do “incenso” que o Rei Soufiane trazia no seu pé esquerdo. Perfumando o Fontelo de alegria e festa, não foi sozinho que Messeguem criou a jogada do encontro: comecemos pelo ponta de lança André Clóvis, que rápido e ágil, trabalhando arduamente na pressão da equipa, obrigou Pawel Kieszek a despachar a bola para lá da linha lateral. O defesa Igor Milioransa pegou rapidamente no esférico, lançando-o para a torre do meio-campo, Samba Koné, que tocou na frente para o titular Marquinho: o brasileiro viu o buraco na marcação, dando no corredor central para o distribuidor alemão. Foram precisos apenas quatro toques na bola: um para receber, outros dois para ajeitar e tirar o adversário do caminho, e um quarto que guardava atrás de si um senhor canhão . Na bitola dos 25 metros, encheu-se de fé e não negou a mensagem que recebeu dos céus, para enviar a redondinha direta ao ângulo superior da baliza leiriense. Golo da jornada? Golo do mês? Não interessa, foi um autêntico “Großartiges Tor” ou, em bom português: um golaço.

 

A famosa “mirra” estava guardada para pouco depois. Ela, que tantas vezes auxilia no combate a doenças, pragas e a tantos outros perigos para o Ser Humano, chegaria a Viseu após o apito final do juiz da partida, afastando fantasmas do passado e curando-nos dos receios e dissabores, também eles já sentidos nesta temporada. 

Esta é a história de um Dia de Reis que nos fez entrar na primeira metade da tabela, com a certeza de que o caminho ainda é longo, cheio de obstáculos e tropeções. Obrigado, Académico.

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Pontos vindos do Oeste

Sol nem sempre é sinónimo de calor, tal como oportunidades no futebol nem sempre são sinónimo de golos. Esta é, talvez, a melhor definição daquele que foi o primeiro tempo da partida desta manhã, que levou o Académico a visitar o Oeste português, mais precisamente a casa do Torreense. Numa manhã de sol, mas de muito frio e vento (não estivéssemos nós em pleno microclima onde o sol se põe), os Viriatos entraram bem na partida, dispondo das principais oportunidades que abriram as hostilidades de um jogo entretido e, sobretudo, interessante. Com o jovem Matheus Sampaio em estreia no plantel viseense, foi no ataque que o Académico mais se esforçou para se destacar na primeira parte. Prova disso mesmo foi o golo madrugador que lançou a equipa na vantagem do marcador. Aos 11 minutos, após algumas aproximações com perigo, Famana Quizera (balanceado no lado direito) tocou para trás, oferecendo a Miguel Bandarra a oportunidade perfeita para cruzar. O lateral respondeu afirmativamente, enviando uma bola rasteira para a entrada do goleador com sotaque canarinho. Bem dentro da grande-área, e com um remate subtil e colocando perfeito, André Clóvis regressou aos golos e bateu o guardião da casa. O Torreense tentou responder, mas, após o golo o Académico foi capaz de manter o sinal mais na partida, apostando forte nas transições ofensivas e numa intensa reação à perda de bola no meio-campo. À passagem do minuto 27, Arthur Chaves subiu ao terceiro andar e esteve muito perto de marcar no encontro. Após canto da esquerda batido por Famana, o defesa brasileiro apareceu de cabeça no coração da área, num lance onde só não marcou porque a trave o impediu, estrondosamente. Pouco depois, aos 36 minutos, foi Gautier a ameaçar a ampliação do resultado para 0-2. Na cobrança de um livre frontal, cobrado mesmo à entrada da área, o extremo francês obrigou o guarda-redes contrário a uma excelente defesa para canto. E como já tanta vez falámos nas nossas crónicas, a velha máxima por todos nós conhecida de que “quem não marca, sofre”, é imperial quando aplicada. Contra a corrente do jogo, a equipa da casa chegaria ao empate a cinco minutos do intervalo, através de uma grande penalidade cobrada por Balanta Júnior.  Mas o descanso não chegaria sem antes Matheus Sampaio se destacar com uma enorme dupla intervenção, que salvou a igualdade em tempo de intervalo. O primeiro sinal de real perigo beirão na etapa complementar, chegou aos 68 minutos. Sempre atento, Clóvis aproveitou uma bola perdida nas costas da defensiva do Torreense, rematando por cima da baliza, mas muito perto de fazer o 1-2. E aos 82 minutos, perante um resto de segunda parte sem muita história, Arthur Chaves assumiu o aviso que tinha deixado no primeiro tempo, como que se de uma missão capital se tratasse. Após cruzamento de Igor Milioransa, na esquerda do ataque, o central carioca apareceu ao segundo poste para restabelecer a vantagem academista.  Estava feito o 1-2 com que terminaria o encontro. O Académico de Viseu consegue, desta forma, regressar às vitórias para o campeonato e ultrapassar União de Leira e Torreense. Os Viriatos ocupam agora a nona posição na tabela classificativa, com 41 pontos.

2024-04-28

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Microclima Beirão

No Oeste deste país, onde o vento sopra com uma intensidade única, estamos prestes a reencontrar um duelo de, no mínimo, proporções históricas entre duas realidades centenárias. O Estádio Manuel Marques, bem no centro de Torres Vedras, será o palco onde o Académico de Viseu enfrentará o SCU Torreense, num confronto carregado de significado e nostalgia. Ambas as equipas chegam a este embate em momentos de dificuldade, com séries de resultados desfavoráveis. Este encontro ganha assim uma importância redobrada, não apenas pelos pontos em discussão, como também pela oportunidade de quebrar o ciclo de resultados negativos. Contudo, o que torna esta partida verdadeiramente especial é o contexto histórico que a envolve. Académico de Viseu e Torreense têm uma longa história de confrontos, que remonta à época de 1949/50, na extinta 2ª divisão. Naquela temporada, os Viriatos prevaleceram sobre o Torreense com duas vitórias memoráveis (0-1 em Torres Vedras e 5-2 no Fontelo), alimentando os sonhos da possível primeira subida da história do clube. Infelizmente, os mesmos não se concretizaram, tornando-se realidade apenas a nove de julho de 1978, em Lordelo. Desde essa época, contabiliza-se um total de 58 jogos entre os dois, com 25 vitórias beirãs e 19 empates. Hoje, as equipas encontram-se em situações similares na tabela classificativa, sendo que a determinação é, igualmente, a mesma: regressar às vitórias. Para o Académico de Viseu, esta é uma oportunidade de ouro para criar o seu próprio "microclima" de triunfos, mesmo longe de casa, num local onde o estado do tempo é quem manda e quem fala mais alto. Uma vitória neste jogo não só igualará os pontos do Torreense, como também garantirá, matematicamente, a tranquilidade na temporada. Recordamos que, na primeira volta do atual campeonato, registou-se um tímido empate a zero, num jogo sem grande história. Esta é uma batalha não apenas pela posição na tabela. Procura-se a afirmação de uma grandeza histórica, que nem todos podem reclamar pela honra de um passado comum. Os adeptos academistas aguardam com expectativa este confronto entre dois dos históricos do futebol português. Assim, que o vento do Oeste traga consigo um novo fôlego para a Beira-Alta que se ergue, novamente, à procura da vitória. Que o Manuel Marques seja palco de um espetáculo favorável aos homens do Manto Negro aos ombros. Em frente, Académico!

2024-04-26

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Rostos incansáveis

Sob o calor de uma tarde da Primavera Beirã, onde o futebol é sempre mais do que um jogo, é  um espetáculo carregado de emoção e expectativa, o Académico de Viseu recebeu o CD Mafra, num confronto que prometia muita luta e rivalidade. No entanto, os Viriatos acabaram por sair derrotados por 0-1, num jogo onde a sorte não sorriu para estes lados. Desde o apito inicial, os Viriatos demonstraram vontade, pressionando o adversário e procurando impor o seu jogo. Messeguem, com um disparo à figura deixou logo nos minutos iniciais, bem marcada a intenção academista de abrir o marcador. Ainda assim, foi o CD Mafra que conseguiu capitalizar um lance de bola parada numa jogada fortuita, à passagem dos 15 minutos. Falé, aproveitando um remate de ressaca após um canto que deixou algumas dúvidas, desviou e fez de cabeça o único golo da partida, colocando os visitantes em vantagem. Apesar deste golpe inicial, que contrariava a boa entrada da turma de Viseu em campo, o Académico não baixou os braços e continuou a pressionar, especialmente pelo lado esquerdo do ataque, onde Gautier se destacava na progressão ofensiva. Com as entradas de Quizera e Jovani na segunda parte, os Viriatos intensificaram ainda mais o seu jogo, criando oportunidades claras de golo que, infelizmente, não se concretizaram. André Almeida esbarrou no poste, Gautier obrigou o guarda-redes do Mafra a uma defesa apertada, e Clóvis desperdiçou por pouco e ao lado. Os rostos das tentativas incansáveis do Académico mostraram a sua determinação, mas a bola teimou em não entrar. No final, apesar de uma exibição merecedora de pelo menos um empate, os viseenses saíram derrotados desta batalha, ocupando agora o 11º lugar na tabela, com 38 pontos. Uma derrota que pesa, mas que não apaga o esforço e a garra demonstrados em campo. O futuro reserva-nos novos desafios e oportunidades de redenção. Continuaremos a lutar com toda a nossa força.

2024-04-21

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