Na cidade de Viriato, onde a história sussurra pelas antigas calçadas e as pedras testemunham o passar dos séculos, um clube que é mais do que futebol (é legado e tradição), reforça os trabalhos de projeção para a sua próxima partida.
À medida que o sol derrama os seus raios sobre o Estádio do Fontelo, a atmosfera ganha vida, antecipando o espetáculo que está prestes a desenrolar-se no tapete verde, diante do único representante do Oeste continental nas competições profissionais. O velhinho, histórico e por todos agraciado Fontelo, viverá na manhã do próximo sábado, o último folgo academista de 2023. A alma beirã que dele nunca sai, só voltará a fazer-se ouvir no primeiro compromisso oficial de janeiro, com a certeza de que a nossa casa lá estará para nos receber de braços abertos, como sempre. A brisa gelada do dezembro invernal que atravessa o Dão, carrega consigo o murmúrio das árvores que rodeiam o mítico Fontelo, e o eco dos cânticos fervorosos dos academistas, que, como fiéis guardiões, se preparam para apoiar os seus guerreiros vestidos de preto e branco.
O Académico de Viseu, com a sua alma impregnada de paixão, encara a jornada número 14 da Liga Portugal 2 com a determinação de quem defende não apenas um clube, mas uma identidade e uma herança que se desenrola a cada jogo. No lado oposto do campo, surge o SCU Torreense, um desafio a ser enfrentado, um adversário que traz consigo a qualidade e mérito da sua própria trajetória futebolística.
Estudando a história, analisamos um dos duelos com mais passado nesta competição. Decorria o ano de 1950, quando a 19 de fevereiro os beirões de deslocaram a Torres Vedras, onde venceram por 0-1, em jogo referente à Zona B da segunda fase da segunda divisão nacional. Foi o primeiro de 57 encontros entre os dois emblemas, nos quais os viseenses levam clara vantagem: são 25 vitórias, frente a 19 derrotas e 13 empates. Neste universo de jogos, regista-se apenas um empate a zero bolas, o que perspetiva uma partida de novo emocionante, onde os golos farão parte das linhas que a mesma irá traçar.
Em fases similares da temporada, com alguma dificuldade em manter a consistência de vitórias no campeonato, Torreense e Académico estão, a esta altura, separados por cinco pontos, com vantagem para a União. Posicionados no décimo terceiro lugar, os academistas recebem o sexto classificado da tabela, na casa onde não perdem há três jogos. Por outro lado, o Torreense perdeu na última deslocação, por 1-0 em casa da União de Leiria.
No final do espetáculo, o que permanecerá é a certeza desta paixão a que chamamos “futebol” e deste amor que apelidamos de “Académico”. Força Viriathus.