O relógio marca 11H do primeiro dia do mês de outubro de 2023. No Estádio do Fontelo, sob uma manhã de céu azul e de calor, o juiz da Associação de Futebol do Porto, João Gonçalves, apita para o início da partida entre o Académico de Viseu e a AVS, ouvindo-se um “Força Académico” nas colunas do recinto viseense. Com os adeptos academistas em peso, a turma ao comando de Vítor Martins (o viriato que está de regresso ao banco de suplentes, pronto para nova batalha) arranca para a próxima vitória caseira, a segunda no campeonato.
Com mais ou menos nuances, este será o quadro que um artista poderá ilustrar, sobre o início do próximo encontro do Académico de Viseu. A cidade entusiasma-se com um regresso há muito esperado: desde 26 de agosto, data que marcou o primeiro triunfo da época (por 2-0, frente ao Feirense), o conjunto beirão não mais jogou em casa para qualquer competição. Seguiram-se três jogos fora de portas, mas perto de casa: empates nos terrenos de Penafiel e Oliveirense, para o campeonato, e a vitória frente ao Lourosa, a contar para a Taça de Portugal. Ainda que os academistas tenham respondido afirmativamente, no apoio aos seus jogadores nas deslocações da equipa, jogar em casa tem outra magia. O público do Fontelo tem sido preponderante nos nossos sucessos, pelo carinho, garra e força que tem o condão de transmitir para o relvado. Em casa, tem sido fácil vencer e, além disso, vencer bem. Preparamo-nos para uma nova enchente, alavancada pelas duas principais iniciativas levadas a cabo nesta partida: aos sócios cativos, é oferecido um bilhete extra, e aos adeptos com mais de 65 anos (no âmbito das comemorações do Dia Internacional do Idoso), é oferecida a entrada gratuita.
Estão, portanto, reunidas as condições perfeitas para a receção ao atual líder do campeonato e é, por isso, “hora de colocar os pontos nos is”. Se, até esta altura, as exibições têm sido mais positivas que os resultados, é tempo de traduzir a superioridade, as oportunidades e o ataque perigoso, em golos que tragam os três pontos. Algo que temos repetido nas crónicas de antevisão, é mesmo o facto de ser este, o único fator que por vezes tem falhado presencialmente nos nossos jogos: o triunfo. Nesse seguimento, a nação Viriathus acredita numa descolagem da tripulação viseense, rumo à constelação onde se encontram as estrelas do pódio.
A invencibilidade manteve-se intacta após a visita a Lourosa, aumentando o número de jogos que fazem desta, uma equipa a que ainda ninguém venceu desde o começo do campeonato. Pela frente, um outro conjunto que não perdeu para a Liga SABSEG, mas que vem do primeiro desaire da temporada, na passada terça-feira, frente ao Arouca em compromisso referente à ALLIANZ Cup.
Desta feita, não abordaremos o histórico de confrontos, visto ser esta a primeira vez em que Académico de Viseu e AVS se defrontam. O clube recém-criado, que conta com a maioria dos jogadores e estrutura da antiga UD Vilafranquense, segue em primeiro lugar da tabela, com 13 pontos.
Na teoria, esta é uma batalha com características únicas, capazes de criar as melhores condições possíveis, para a tal “descolagem” onde já todos merecemos entrar. Segurem-se bem e coloquem os cintos, estamos prestes a iniciar a contagem decrescente para a nossa trajetória de subida.