Equipa Profissional 2023-09-17

Um vendaval de igualdades

O sabor agridoce mantém-se, apesar deste ser um empate bem diferente daquele da deslocação a Penafiel.

Uma nova igualdade surgiu no centro das muitas nuvens, da muita chuva e, principalmente, do fortíssimo vento que se fez sentir no Dr. Carlos Osório, casa da UD Oliveirense.

Separados por três pontos, à entrada para ronda número cinco do campeonato, academistas e unionistas promoveram em campo um bom duelo, que colocou frente a frente duas equipas a privilegiar um futebol positivo, procurando constantemente a baliza contrária. Numa partida equilibrada, até foi a turma da casa a dispor da primeira oportunidade de golo, quando Anthony Carter (ex- Académico de Viseu) introduziu a bola dentro da baliza de Grill, mas em posição irregular. A resposta dos viriatos não podia ter sido mais eficaz: Sori Mané (qual arquiteto), em estreia no onze inicial do Académico de Viseu, desceu no terreno, recebeu o esférico dos pés do central João Pinto e, a partir daí, foi tudo uma questão de arte. Com régua e esquadro, o médio defensivo dos beirões traçou, bem antes da linha de meio-campo, um passe magistral para a desmarcação diagonal feita por Yuri Araújo, que aproveitou a saída em falso do guardião adversário, para receber com a peitaça e rematar com o pé esquerdo, para dentro da baliza aveirense. Os festejos deste minuto 19, em conjunto com os cerca de 100 adeptos viseenses que se deslocaram a Oliveira de Azeméis, refletiram o sentimento de uma nação sedenta por vitórias.

A primeira metade do encontro, levou ainda uma bola à barra da baliza de Domen Grill, mesmo em cima do intervalo, que ainda assim não evitou que o Académico fosse a vencer para os balneários.

Vindos do descanso com o pensamento no segundo golo, há que reconhecer que os homens de Vítor Martins não entraram bem na segunda metade da partida, sendo surpreendidos por um inspirado Ricardo Schutte, que sozinho fez a reviravolta no marcador, apontando dois golos aos 47 e aos 62 minutos. Já depois das substituições promovidas pelo técnico academista (entradas de Henrique Gomes, Welch, Marquinhos e Petkov, que se estreou com a camisola viriata), o conjunto beirão respondeu em menos de 10 minutos.

Aos 71, na sequência de um canto batido à esquerda do ataque, por Quizera, Miguel Bandarra levantou de calcanhar para o gigante avançado búlgaro, que assistiu o capitão de cabeça. André Almeida, de forma acrobática, enviou uma bola indefensável para o fundo das redes, reestabelecendo alguma justiça no resultado. É já o segundo tento do defesa central nesta temporada, após também ter marcado no empate da primeira jornada, no Fontelo, frente ao Länk.  

O momento da tarde ia surgindo à passagem do minuto 79 do encontro. Tal como o sol, apareceu tão timidamente, que não foi capaz de se traduzir em golo. Num livre lateral, ainda longe da grande área unionista, Famana Quizera rematou colocado para aquele que seria, definitivamente o golo da jornada, quiçá do mês, na segunda liga. No entanto, o guarda-redes Arthur Augusto esmerou-se e limpou uma bola de golo, que entraria muito perto do ângulo superior direito.

Até ao fim da partida, uma ou outra oportunidade colocou em causa o 2-2 final, que acabaria por se confirmar cerca de seis minutos após os 90. Agora, é hora de repor baterias e descansar, isto porque já na próxima semana, há uma eliminatória da taça para ultrapassar.

Invencíveis.

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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