O sabor agridoce mantém-se, apesar deste ser um empate bem diferente daquele da deslocação a Penafiel.
Uma nova igualdade surgiu no centro das muitas nuvens, da muita chuva e, principalmente, do fortíssimo vento que se fez sentir no Dr. Carlos Osório, casa da UD Oliveirense.
Separados por três pontos, à entrada para ronda número cinco do campeonato, academistas e unionistas promoveram em campo um bom duelo, que colocou frente a frente duas equipas a privilegiar um futebol positivo, procurando constantemente a baliza contrária. Numa partida equilibrada, até foi a turma da casa a dispor da primeira oportunidade de golo, quando Anthony Carter (ex- Académico de Viseu) introduziu a bola dentro da baliza de Grill, mas em posição irregular. A resposta dos viriatos não podia ter sido mais eficaz: Sori Mané (qual arquiteto), em estreia no onze inicial do Académico de Viseu, desceu no terreno, recebeu o esférico dos pés do central João Pinto e, a partir daí, foi tudo uma questão de arte. Com régua e esquadro, o médio defensivo dos beirões traçou, bem antes da linha de meio-campo, um passe magistral para a desmarcação diagonal feita por Yuri Araújo, que aproveitou a saída em falso do guardião adversário, para receber com a peitaça e rematar com o pé esquerdo, para dentro da baliza aveirense. Os festejos deste minuto 19, em conjunto com os cerca de 100 adeptos viseenses que se deslocaram a Oliveira de Azeméis, refletiram o sentimento de uma nação sedenta por vitórias.
A primeira metade do encontro, levou ainda uma bola à barra da baliza de Domen Grill, mesmo em cima do intervalo, que ainda assim não evitou que o Académico fosse a vencer para os balneários.
Vindos do descanso com o pensamento no segundo golo, há que reconhecer que os homens de Vítor Martins não entraram bem na segunda metade da partida, sendo surpreendidos por um inspirado Ricardo Schutte, que sozinho fez a reviravolta no marcador, apontando dois golos aos 47 e aos 62 minutos. Já depois das substituições promovidas pelo técnico academista (entradas de Henrique Gomes, Welch, Marquinhos e Petkov, que se estreou com a camisola viriata), o conjunto beirão respondeu em menos de 10 minutos.
Aos 71, na sequência de um canto batido à esquerda do ataque, por Quizera, Miguel Bandarra levantou de calcanhar para o gigante avançado búlgaro, que assistiu o capitão de cabeça. André Almeida, de forma acrobática, enviou uma bola indefensável para o fundo das redes, reestabelecendo alguma justiça no resultado. É já o segundo tento do defesa central nesta temporada, após também ter marcado no empate da primeira jornada, no Fontelo, frente ao Länk.
O momento da tarde ia surgindo à passagem do minuto 79 do encontro. Tal como o sol, apareceu tão timidamente, que não foi capaz de se traduzir em golo. Num livre lateral, ainda longe da grande área unionista, Famana Quizera rematou colocado para aquele que seria, definitivamente o golo da jornada, quiçá do mês, na segunda liga. No entanto, o guarda-redes Arthur Augusto esmerou-se e limpou uma bola de golo, que entraria muito perto do ângulo superior direito.
Até ao fim da partida, uma ou outra oportunidade colocou em causa o 2-2 final, que acabaria por se confirmar cerca de seis minutos após os 90. Agora, é hora de repor baterias e descansar, isto porque já na próxima semana, há uma eliminatória da taça para ultrapassar.
Invencíveis.