Equipa Profissional 2023-04-16

Um dissabor chamado Jamor

De Viseu viajaram mais de três centenas. Mais de 300 adeptos beirões fizeram-se ouvir no mítico Estádio Nacional do Jamor, que recebeu a maior assistência da época em jogos da Liga Portugal 2. Este é o ponto de partida perfeito para ilustrar o jogo do último sábado onde o Académico de Viseu, apoiado incessantemente pelos seus adeptos, empatou a uma bola no terreno da BSAD.

O sol brilhava sobre o velhinho Estádio Nacional, aquecendo o ambiente para uma partida bastante importante da ronda 25 da competição. Em confronto estavam polos totalmente contrários, com o 16º a receber o 3º classificado. Mas como sabemos e alertámos na crónica de antevisão, no futebol os números dizem muito pouco daquilo que pode acontecer em campo. E num embate entre equipas que precisavam (não pelos mesmos objetivos) de garantir os três pontos, a diferença na tabela ainda menos fazia prever o seu desfecho.

Os primeiros minutos revelaram o que as expectativas escreveram antes do apito inicial: dois conjuntos bem abertos, a tentar jogar um futebol positivo e ofensivo. E tal vontade atacante provou-se no facto de que os únicos dois golos foram marcados ainda antes dos 25 minutos. No primeiro, onde a turma da casa se adiantou, Diogo Tavares fez Samuel Lobato irromper na grande área academista, tendo apenas de encostar para Fabrício Simões que enganou Gril, batendo o guardião esloveno aos 11 minutos.

O Académico viu-se assim obrigado a ir em busca do prejuízo ainda muito cedo na partida. Depois de tomadas as rédeas do encontro, tarefa que nada foi facilitada pelo adversário, os comandados de Jorge Costa chegariam ao empate precisamente 11 minutos volvidos. Aos 22, Gautier Ott fez um cruzamento exemplar do flanco esquerdo para a entrada acrobática na pequena área do marcador de serviço brasileiro: Clóvis “25 golos”. Falta um André, apenas um.

Após estes 25 primeiros minutos, o encontro concentrou-se maioritariamente no terreno ofensivo dos viriatos, que chocaram contra uma BSAD que baixou linhas e que colocou todas as suas fichas em transições atacantes. Perante a boa coordenação defensiva do Académico, esta foi uma tática que nunca surtiu verdadeiro perigo para a baliza à guarda de Domen Gril.

Numa segunda metade onde o calor da capital também entrou em campo, a inclinação do mesmo foi ainda mais notória. Prova de tal facto são os 63% de posse de bola academista, as suas nove tentativas de golo (contra apenas duas do conjunto da casa) e os zero remates feitos à baliza beirã nos segundos 45 minutos. Ainda assim o Académico de Viseu foi incapaz de marcar o golo da vitória, que podia ter chegado aos 83 minutos. Em cima da linha Nuno Tomás negou um golo cantado a Ott, que tinha retirado da jogada o guarda-redes Gonçalo Tabuaço. O desporto rei é mesmo assim e dizem alguns que se o jogo durasse mais uma hora, o resultado não se alteraria.

Há ainda a destacar a expulsão de Soufiane Messeguem, médio academista que levou o segundo cartão amarelo já para lá da hora (90+4´) e que falha a próxima jornada por castigo.

Para Viseu regressou um conjunto de jogadores que tudo fez para alcançar e merecer a vitória, mas que não a conseguiu atingir. Regressou também uma das melhores molduras humanas visitantes desta temporada na segunda liga, que também merecia os três pontos e a manutenção do seu lugar no pódio do campeonato. Isto porque se olharmos para o pódio dos adeptos, os nossos serão sempre os primeiros classificados.

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Orgulhosamente Nós

O título desta crónica, inspirado na expressão mediatizada pela última alma despida de apreço pelos outros que este país governou, serve para descrever o estado emocional de um grupo de trabalho, que segue em frente com a mesma garra e força com que sempre encarou os seus afazeres. “Orgulhosamente Nós”, é um dos motes que nos dá alento para encarar estas últimas cinco jornadas, da forma mais respeitadora, profissional e unida possível. Ficaram o que de cá são. Não “os que de cá são” em termos geográficos, mas sim em termos de espírito, de querer e de garra. Ficamos (e assim seguiremos) com os que connosco sempre estiveram, os que nunca viraram a cara à luta, fosse qual fosse a situação. Fazemos uma respeitosa vénia a quem por cá ficou, com o Manto Negro aos ombros, envergando-o com o mesmo orgulho e vontade desde o primeiro dia. Vamos lá então falar do que ainda falta por jogar, dos caminhos que ainda queremos percorrer até o final. No vislumbre desta atípica semana, bem lá no final da mesma (próximo domingo) acena-nos a ronda 30 do campeonato. De verde e amarelo, o CD Mafra viaja desde a Área Metropolitana da Capital lusitana, percorrendo a última etapa do percurso até Viseu: o doloroso IP3. Este já é, por si só, um confronto pseudoclássico do futebol português, dado que será a 17ª vez que ambos se vão encontrar. E além dessa particularidade, há outra que “salga” a partida deste fim de semana, dando-lhe traços de interesse no que aos desempates diz respeito: nas outras 16 ocasiões, os resultados aperfeiçoam-se nas diferenças, isto porque contam-se quatro vitórias para cada lado, e precisamente oito empates. Tal quer dizer que, aliados à vontade de regressar aos triunfos, coisa que tem faltado a beirões e mafrenses nos últimos jogos, há também uma igualdade histórica por quebrar, onde Viriato quer gritar mais alto. Separados por um ponto, com vantagem para os forasteiros, Académico e Mafra encontram-se às 14H deste domingo, num precioso tesouro chamado Fontelo. Embalado pela natureza que o abraça numa dança perfeita, ele lá tem estado desde 1928, a acompanhar as sortes e os azares da referência desportiva que o ajudou a fundar-se. Ele é a testemunha viva desta difícil jornada que até aqui nos trouxe. Por muito que tenha custado, aprendemos a viver as adversidades com resiliência, com coragem e união. Essa aprendizagem, será de novo colocada em prática no que falta desta época, na qual ainda procuramos somar os 15 pontos que restam jogar. “Orgulhosamente Nós”, acompanhados por quem nos quer bem, por quem nos quer ver vencer e festejar connosco. Para quem ainda acredita em nós, e nem por um momento se deixou abater pelas derrotas, obrigado por fazerem parte desta mística que nos agarra ao nosso maior amor: o Académico.

2024-04-19

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