Equipa Profissional 2023-04-13

Bola pra a frente, que na frente ainda vai gente

A hora repete-se e o dia da semana também. O próximo jogo do Académico de Viseu é uma cópia horária da última jornada e se aos academistas oferecessem também um gémeo exemplar do resultado final e da exibição, dúvidas não restam de que todos assinariam por baixo. Mas cada partida tem as suas próprias características, a sua própria beleza. E é também por isso que o futebol é tão apaixonante.

No entanto, há coisas que não mudam, que ficam intactas de jornada para jornada, semana após semana: a vontade e o querer, condições que não faltam a estes viriatos. No mítico Jamor entrarão em confronto dois perfeitos opostos: o Académico de Viseu visitante e atual terceiro classificado da Liga Portugal 2 SabSeg, em terreno de Play-Off de subida; e uma BSAD visitada no 16º lugar, que diz respeito ao outro Play-Off da tabela, o de manutenção.

Na primeira volta, um golo de André Clóvis e outro de Yuri Araújo deram os três pontos à turma de Jorge Costa, embrulhados numa série de 20 jogos consecutivos em que a equipa não perdeu. Uma ronda completa ao calendário volvida, o panorama dos dois clubes é diametralmente oposto, mas não estivéssemos nós a falar da segunda liga portuguesa, esta análise bastava para adivinhar um possível desfecho. Mas não, neste campeonato tudo pode acontecer, todos podem roubar pontos a todos e os níveis de atenção e alarme têm de estar 100% despertos, principalmente quando se joga, a sete jornadas do fim, contra uma equipa que precisa de salvar a sua pele. Por isso, Jorge Costa e os seus rapazes irão entrar em campo com foco e esforço redobrados, até porque deste lado também há objetivos a cumprir. E que objetivos…em caso de vitória, os academistas dormirão pelo menos duas noites na segunda posição da tabela, não sendo difícil prever o quão confortável será a cama onde poderão repousar.

Pela frente, um conjunto de jogadores que triunfou na última jornada, quando visitou o terreno do SL Benfica B, alimentando a sede da manutenção a tão poucos jogos do fim. Se vencerem neste sábado, também eles podem passar uma noite destapados dos lençóis que cobrem os perigosos lugares de descida. E por isso será tão importante travar o ímpeto com que vão chegar os homens do treinador Zé Pedro.

Para tal, nada melhor que olhar para os dois últimos compromissos do nosso Académico, marcados por duas entradas fortíssimas em jogo que atordoaram dois adversários, incapazes de responder, eficazmente, ao ponto de evitarem a derrota. É essa a premissa para mais uma partida, que pode ditar o segundo triunfo consecutivo fora do Fontelo, e o quarto seguido no campeonato. Domen Gril e Messeguem regressam ao lote de disponíveis para a visita à Capital e seguem para o Jamor num autocarro repleto de atletas que deram uma resposta exemplar no último sábado, onde mesmo os que não costumam ter tantos minutos, brilharam.

Enquanto isso, os viseenses acorrem o mais rápido que podem aos bilhetes para mais uma final. O seu desejo, como que de uma criança a dormir se tratassem, é pintar o Estádio Nacional de preto e branco, para que a nação academista continue a acreditar que todos os sonhos, são passíveis de se tornar realidade.

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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