Equipa Profissional 2023-04-10

É um “show” viseense, com certeza

E não é que foi mesmo? O Fontelo assistiu a uma das melhores partidas que o Académico de Viseu fez na segunda metade do campeonato, e viu a equipa a completar um ciclo difícil de três vitórias consecutivas. Mas mais do que isso foi o ambiente, foi a comunhão entre jogadores e adeptos, foi sobretudo a certeza de que juntos iriam vencer, sem nunca levantar qualquer dúvida.

Foi mais ou menos isto que o Estádio Municipal do Fontelo viveu na manhã do último sábado. Uns espetaculares 4085 viseenses deslocaram-se ao forte academista para “levar ao colo” (não fosse gigante a energia que passaram para o relvado) uma equipa confiante, competente, ciente do que queria fazer e com muito respeito pelo adversário.

Mas vamos ao jogo, antes que percamos a preparação da deslocação ao Jamor, na próxima jornada. À priori teórica, este seria o compromisso oficial mais difícil até ao fim da temporada, não estivéssemos a falar de uma equipa em quinto lugar, a apenas quatro pontos de distância e que vinha de uma sequência de quatro jornadas sem derrotas. Digamos que não era uma final, dados os sete jogos que ainda restam, mas sim uma meia-final na corrida pelo pódio, onde quem perdesse via as suas esperanças a desvanecerem-se. Por esse fator, mas também pela sede e vontade de sempre conquistar mais três pontos, o Académico de Viseu entrou em campo frente ao Vilafranquense a querer mandar no jogo e com uma postura atacante felina, prova disso mesmo foi a forma como surgiu o primeiro golo, aos 15 minutos. Apesar de ter sido através de um penálti cobrado por André “23 golos” Clóvis, após falta sofrida por Gautier Ott, não podemos esquecer que toda a jogada nasceu de um canto a favor do adversário. Primeiro quarto de hora, primeira explosão de alegria no Fontelo, com mais de quatro mil a dizerem alto e em bom som o apelido do avançado brasileiro.

E tal como tinha acontecido em Matosinhos, os pupilos de Jorge Costa não deixaram o adversário ter sequer tempo para pensar e responder ao golo sofrido. Apenas nove minutos depois, ainda antes da meia hora, o Municipal lançava um “bruaá” ao ver Rafael Bandeira a cruzar da direita para dentro da grande área…tudo porque quem recebia essa bola, era o renovado André “24 golos” Clóvis, que após ajeitar com o pé esquerdo, fuzilou Pedro Trigueira com o direito, apontado o segundo bis consecutivo na época. Palavras para quê? Foi dedicar o golo à família, com as bancadas em apoteose, como que a afirmar a sua vontade de chegar o mais rápido possível ao recorde de golos numa só edição da segunda liga deste século. Já só faltam dois.

Agora sim, havia espaço para melhorar o que foi feito na última jornada: a gestão. E digamos que a mesma foi perfeita. Apesar de uns 10 últimos minutos da primeira parte pressionantes, e de um segundo tempo parecido, o Vilafranquense nunca conseguiu incomodar o guardião Momo Mbaye, que regressou aos relvados quatro meses depois com uma segurança e competência de assinalar. Está bem guardada a nossa baliza.

Deixar apenas mais uma palavra aos adeptos academistas…criaram as condições perfeitas para que tudo corresse como planeado. Com esta força, decerto será mais fácil atingir os objetivos que ainda faltam cumprir nesta época. Obrigado, viseenses.

Neste momento, faltam apenas sete jornadas. São 21 pontos em discussão, para três lugares apenas. O terceiro posto foi recuperado, após o Farense ter também vencido nesta jornada, mas sobretudo foi diminuída a distância para o Estrela da Amadora, que é segundo classificado. São agora apenas dois os pontos a separar o fundo do pódio. Como diz o outro…vai ser mesmo até ao fim.

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Dieser Sieg war für dich, Messeguem

No cenário de um jogo travado e sem grandes deslumbramentos, o Académico de Viseu construiu a sua vitória em terras mafrenses com precisão e paciência, aproveitando as escassas oportunidades e impondo-se com determinação. O jogo iniciou-se com um equilíbrio de forças no meio-campo e uma luta intensa por espaços. Os viseenses, meticulosos, surgiram perigosos pela primeira vez aos oito minutos, quando Nikos Michelis, após um desvio de cabeça de Sori Mané, teve uma chance clara, mas acabou por rematar ao lado, perdendo a possibilidade de um início avassalador. Com domínio estratégico, o Académico voltou a tentar a sorte aos 25 minutos, quando Soufiane Messeguem desviou um cruzamento e testou o guarda-redes adversário, Martin Fraisl. A partida prosseguia morna, com poucas incursões, mas o Académico foi paciente e aguardou a sua oportunidade com confiança. Aos 45+10 minutos, um lance inesperado rompeu o marasmo. Clóvis cruzou despretensiosamente, mas Fabinho, ao tentar cortar, desviou de forma caricata para a sua própria baliza, abrindo o marcador e abençoando o Académico com um golo inusitado que parecia improvável naquela primeira metade. Na segunda parte, os inatos Viriatos entraram com a mesma serenidade, mas foi no banco que o técnico viseense encontrou a chave para “fechar o jogo”. Aos 65 minutos, Marquinho irrompeu da linha lateral e logo mostrou ao que vinha. Aos 83 minutos, após um passe rasgado de Nils Mortimer, o médio brasileiro entrou na área sem pedir licença e, de pé esquerdo, finalizou com frieza, ampliando a vantagem e selando o destino do jogo. Apesar da pressão tardia do Mafra e algumas ameaças de Bryan Passi e Miguel Falé, a defesa viseense manteve-se sólida, com Domen Gril a assegurar a tranquilidade na baliza até ao apito final. O Académico mostrou-se eficaz, tático e resiliente, conquistando um valioso triunfo, ao qual adicionou uma excelente exibição. No final de uma partida dura, o Académico saiu de Mafra com um triunfo importante, mas com a celebração incompleta. Soufiane Messeguem, nome de a quem foi dedicada esta vitória, viu o jogo interrompido ao precisar de assistência urgente após um choque violento de cabeças. A força e resiliência com que jogou representam o espírito que guiou a equipa até o último apito. “Esta vitória”, tal como o título em alemão declara, “foi para ti, Messeguem” – um brinde à tua rápida recuperação.

2024-11-10

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