Costuma dizer-se que no futebol a eficácia é rainha. Por essa mesma razão, podem ser criadas dezenas de oportunidades de golo, mas se a bola não chegar a beijar as redes, de nada valem. E foi com este pensamento que o Académico de Viseu entrou, no dia de ontem, no Estádio do Mar. Em menos de 20 minutos, os comandados de Jorge Costa já batiam um desnorteado Leixões por 3-0. O primeiro, surgiu do lado esquerdo do ataque, com o francês Gautier Ott a roubar a bola ao defesa Coronas em terreno adiantado, antes de descobrir o sempre atento André Clóvis, que apareceu no coração da grande área para abrir o marcador aos nove minutos. Soltava-se a primeira explosão de alegria viseense em Matosinhos. O segundo grito de golo chegaria apenas quatro minutos volvidos, altura em que Rafael Bandeira cruzou da direita atacante com conta, peso e medida, para o oportuno Toro. O médio hondurenho saiu da marcação, apareceu sozinho e rematou de primeira com o pé esquerdo para o fundo da baliza leixonense. E quando todos esperavam uma resposta da equipa da casa, sobre o céu do Estádio do Mar caiu um “Déjà vu”. Uma repetição, tirada praticamente a papel químico, do primeiro golo dos viriatos. Desta vez, aos 19 minutos, Ott voltou a ganhar o duelo com o defesa lateral direito adversário, criando uma situação de dois para um. Com Clóvis a aparecer outra vez no meio, foi através de carrinho que o avançado brasileiro fez o golo número 22 da conta pessoal no campeonato. Que época.
Mas se a eficácia é rainha no futebol, a gestão é considerada burguesa, pela importância que tem no jogo de uma equipa em tamanha vantagem. E foi, talvez essa, a principal debilidade dos viriatos na visita a Matosinhos. A primeira chamada de atenção chegaria ainda na primeira parte, quando aos 25 minutos, e após uma grande penalidade que André Almeida cometeu sobre Ricardo Valente, o experiente ponta de lança de 32 anos fez o 3-1.
Já na segunda metade, onde o Académico teve diversas oportunidades para “matar” a partida, o segundo percalço chegaria ao minuto 74, momento em que uma perda a meio-campo, acabou por lançar João Oliveira direto para o 3-2, com um remate fora da grande área que não deu hipóteses a Domen Gril. O esloveno, quem mais (?), seria decisivo a seis minutos dos 90, quando negou o empate a um Leixões motivado e impulsionado pela massa adepta matosinhense, conhecida pelo aguerrido ambiente que costuma criar em jogos caseiros da sua equipa.
Os três apitos do juiz Pedro Ramalho, que assinalavam o final do encontro, soavam cerca de seis minutos depois de ultrapassado o tempo regulamentar, e o suspiro de alívio com a conquista de mais três pontos ouvia-se de Matosinhos a Viseu. A turma do treinador Jorge Costa vencia numa das deslocações mais difíceis até ao final da época, e aproveitava o deslize do Farense, na Trofa, para igualar pontualmente os algarvios na tabela, mas favorecendo da vantagem no confronto direto para reclamar o terceiro lugar.
Hoje recomeça mais uma semana de trabalho, na preparação para a importante próxima jornada, quando o quinto classificado, Vilafranquense, visitar o Estádio Municipal do Fontelo (sábado) um dia depois de jogarem as três outras equipas do Top Five da Liga Portugal 2.